A força-tarefa da Lava-Jato no Paraná rebateu acusações de vazamento de um documento que cita o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A peça, que foi incluída nos autos avaliados pelo Ministério Público Federal (MPF), serviu de base para reportagem do site "O Antagonista" e da revista Istoé, se refere a tratativas combinadas entre executivos da construtora Odebrecht.
O documento revela a troca de e-mails entre executivos da Odebrecht que conversam sobre uma pessoa apelidada de "o amigo do amigo de meu pai". Questionado pela Polícia Federal, Marcelo Odebrecht afirmou que o codinome se refere a José Antônio Dias Toffoli. O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, determinou na terça-feira (16), abertura de reclamação disciplinar para avaliar se procuradores estão envolvidos no vazamento.
Em nota, a força-tarefa da Lava-Jato no Paraná afirma que existe uma "tentativa ligar o vazamento aos procuradores e desviar o foco do que foi noticiado. "A tentativa leviana de vincular o vazamento a procuradores da FTm (força-tarefa) é apenas mais um esforço para atacar a credibilidade da força-tarefa e da operação, assim como de desviar o foco do conteúdo dos fatos noticiados", informa nota enviada pelo Ministério Público Federal no Paraná.
Os procuradores anexaram uma certidão que revela que os acessos ao processo onde estava o documento só ocorreram após a publicação da reportagem que relata o caso e a citação ao ministro Toffoli. "Diante do fato de que o documento foi produzido por particular e que a ele potencialmente tiveram acesso várias pessoas, a acusação ; infundada, como provado ; ignora a participação de outros atores no inquérito. Nesse contexto, a acusação direcionada aos procuradores levanta suspeita sobre a isenção de quem a realiza e sobre a real intenção de quem os persegue", completa o posicionamento.