O presidente Jair Bolsonaro começou a trocar as cadeiras das embaixadas. Hoje, o Diário Oficial traz portaria assinada pelo chanceler Ernesto Araújo removendo do atual embaixador do Brasil em Washington , Sérgio Amaral, para o escritório de representação do Itamaraty em São Paulo. No entanto, o presidente ainda não anunciou quem será o novo embaixador brasileiro em Washington.
São esperadas cerca de 15 mudanças de postos envolvendo embaixadas. Bolsonaro disse que começaria a fazer as trocas quando voltasse da viagem a Israel, onde esteve entre o final de março e o início do mês. Ele tem se queixado, pois acredita que os diplomatas que ocupam os principais postos nas representações do Brasil no exterior não têm se esforçado para defendê-lo da fama internacional de autoritário e homofóbico e amealhou. Sobre a substituição de Amaral, porém, o anúncio vem sendo esperado desde que Bolsonaro esteve nos Estados Unidos, em meados de março.
A preferência do Palácio do Planalto é pelo diplomata olavista Nestor Forster. Foi ele quem apresentou o ministro das Relações Exterior ao guro da família Bolsonaro. No entanto, para entregar as credenciais de embaixador, ele precisa ser promovido a ministro de primeira classe na carreira do Itamaraty, o que deve acontecer em maio. Atualmente, Forster já serve em Washington.
O advogado e consultor Murillo Aragão, da Arco Advice, é outro nome que circula, como uma segunda opção. Sua indicação é uma preferência da ala militar do governo.
Diplomata iplomata de carreira do Itamaraty desde 1971, Sergio Amaral foi porta-voz do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 1999 e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entre 2001 e 2003, no segundo mandato do tucano e foi também embaixador do Brasil em no Reino Unido e na França.
Em Brasília, a cadeira do embaixador dos Estados Unidos está vazia desde o início do ano passado. O último representante americano no Brasil, Michael Mckinley, chegou em janeiro de 2017, depois de chefiar as embaixadas da Colômbia, Peru e do Afeganistão. Diplomata experiente, foi requisitado pelo governo americano e passou a acumular o posto com as funções de assessor especial do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a partir do segundo semestre do ano passado, até que no fim do ano optou pelo cargo em Washington. Desde então, o governo americano não enviou nenhum representante. Havia uma expectativa de que Donald Trump anunciasse o nome de seu novo embaixador em Brasília durante visita de Bolsonaro a Washington, mas a expectativa foi frustrada.