"Ustra Vive! Fleury Vive" A saudação a dois dos símbolos da repressão e tortura durante a ditadura militar foi seguida de aplausos e risos no plenário Paulo Kobayashi, da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Ali, o que era uma sessão para a exibição do filme 1964, o Brasil Entre Armas e Livros transformou-se em desagravo à memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.; Exército, e ao delegado Sérgio Paranhos Fleury, do antigo Departamento de Ordem Política e Social da Polícia Civil de São Paulo, o Dops.
O filme exibido na noite de segunda-feira, 8, justifica o golpe de 31 de março de 1964 como necessário para "deter o comunismo" e defende a tese de que, por falha dos militares, o "marxismo cultural" dominou a imprensa, as universidades e a cultura no País, impregnando a Constituição de 1988. Terminada a exibição, foi formada uma mesa de debate com os parlamentares do PSL, o advogado Renor Oliver - colaborador do site bolsonarista Terça Livre -, o ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, e o ex-delegado Paulo Oppido Fleury, filho de Sérgio Paranhos Fleury.
Ao Estado, o deputado Douglas Garcia (PSL), proponente da sessão, disse que as homenagens a Ustra e a Fleury não estavam previstas - afirmou que eles foram convidados para dar testemunhos históricos. "As pessoas têm direito à liberdade de expressão", disse.
"Se a esquerda pode enaltecer seus heróis, a direita tem o mesmo direito", completou o deputado Castello Branco, que elogiou o filme e fez um relato sobre seu tio-avô, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que presidiu o País de 1964 a 1967.
Em seguida, falou o Cabo Anselmo, mais famoso agente infiltrado da ditadura. "Gostaria que houvesse um choque para tratar com firmeza isso (o domínio da esquerda nas universidades)." Paulo Fleury pegou o microfone e soltou: "Ustra vive! Fleury vive". Foi aplaudido.