[SAIBAMAIS]
"O crime de lavagem e corrupção é transnacional. Não podemos ficar confinados dentro do País", apontou Raquel, que destacou que a cooperação jurídica com a Suíça é a mais importante entre as parcerias internacionais, uma vez que o país foi o destino de significativos montantes desviados e apurados na Lava Jato. Lauber, da Suíça, afirmou que o acordo é uma forma de enfatizar a importância da cooperação entre os dois países.
No evento, a PGR também divulgou a ferramenta recém inaugurada de monitoramento das colaborações fechadas no âmbito da PGR, que permite o acompanhamento integral dos acordos de delação. De acordo com a procuradoria, 17 colaboradores relataram fatos ocorridos na Suíça - casos que envolvem multas de cerca de R$ 190 milhões. O sistema, que não é aberto ao público, mostra que a maior parte dos investigados (70,8%) que firmaram acordo de colaboração premiada com a PGR é empresário. Os políticos representam 2,3% do total.
Cooperação
Presente no evento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, relembrou dos tempos de atuação como juiz federal da Operação Lava-Jato para destacar o papel da cooperação internacional jurídica entre Brasil e Suíça nas investigações. Para o ministro, a Lava-Jato não teria os resultados alcançados sem a cooperação entre os dois países, citando como exemplo as investigações contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e contra o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
"Não estarei mentindo que, se não fosse a cooperação com as autoridades da Suíça, seria impossível que tivéssemos tido a Operação Lava-Jato", disse Moro. O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), também estava presente. Fux afirmou que a cooperação jurídica internacional "revela para o delinquente que é muito maior o prejuízo do que o benefício com a prática de um delito transnacional". "Hoje em dia, não há mais essa ideia de que o segredo é a alma do negócio nos crimes transnacionais", assinalou o vice-presidente da Suprema Corte.