A inserção do DEM na base governista é algo que pode acontecer com ;absoluta naturalidade;. É o que disse nesta quinta-feira (4/4) o presidente nacional do partido, ACM Neto, prefeito de Salvador. O mandatário da legenda que detém as presidências da Câmara e do Senado manifestou, ainda, que é possível haver o fechamento de questão para a aprovação da reforma da Previdência quando o texto chegar ao Plenário da Câmara.
O discurso de ACM foi mais animador sob a ótica do governo do que os apresentados pelos presidentes nacionais do PSD, Gilberto Kassab, e do PSDB, Geraldo Alckmin. Os três se reuniram hoje com o presidente Jair Bolsonaro para dialogar apoio à reforma da Previdência. O pessedista disse que a legenda não estuda o fechamento de questão e tanto ele como Alckmin, se apresentaram como independentes. Já o demista adotou um tom mais alinhado.
A própria hipótese de fechamento de questão do DEM em relação à reforma não está descartada. ;Podemos fechar em alguma hora. Mas é cedo poder cravar porque a reforma está apenas começando. Agora, na CCJ, não sofre alteração de mérito. Vamos esperar o trabalho da comissão especial, a conclusão do trabalho, a preparação do texto para o plenário da Câmara e aí, sim, o partido vai se posicionar;, ponderou.
O mandatário do DEM evitou comentar quais pontos o partido defenda que sejam suprimidos na reforma. Mas há um consenso dentro do Congresso de retirar da reforma o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as regras de aposentadoria dos trabalhadores rurais. Feitos esses cortes no texto, é possível que o Democratas acerte o fechamento de questão no Plenário. Ou seja, oriente o voto em bloco a favor da aprovação.
Até lá, ACM e o governo acenaram com disposição para manter o diálogo em novas oportunidades a fim de afinar a interlocução. ;Portanto, ser base, formalmente ou não, é algo que pode acontecer com absoluta naturalidade. Vai acontecer no momento que houver deliberação da executiva do partido. Mas entendo que a preocupação maior, tanto do DEM, como do presidente (Bolsonaro), não está na formalidade em dizer ;é base; ou ;não é base;. E, sim, garantir que o diálogo possa ser produtivo e facilite o andamento da agenda de reformas;, declarou.