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Politica

Bolsonaro sobre Israel: 'viagem foi muito proveitosa'

Presidente faz balanço positivo dos três dias de compromisso em território israelense e reafirmou que a reforma inspirada no modelo de Donald Trump, reduzindo impostos para as empresas


Jerusalém, Israel ; Ao fazer o balanço da viagem oficial a Israel, iniciada no domingo (31/03) e que foi concluída nesta terça-feira (02/04), o presidente Jair Bolsonaro avaliou a empreitada como ;muito proveitosa;, com acordos, parcerias, protocolo de intenção verbal com o governo israelense. Ele ainda reafirmou que pretende fazer uma reforma tributária nos moldes da realizada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

;Eu acredito que Israel e Brasil se complementam. E nós, aprofundando nessa amizade, nesses laços comerciais, nessas intenções, nós podemos ajudar, e muito, os nossos povos. Tenho certeza que a viagem foi muito proveitosa;, afirmou Bolsonaro, após o último compromisso oficial do dia: um encontro com representantes de uma comunidade brasileira da cidade de Raanana, a quase 50 quilômetros de Jerusalém.

Ele ainda destacou que as viagens anteriores, para os Estados Unidos e para o Chile, assim como as que ocorrerão futuramente, também serão positivas.

A agenda de hoje do presidente começou com um encontro com empresários dos dois países. ;Hoje, nos reunimos com CEOs de empresas israelenses, além de investidores em startups e falamos sobre investimentos em um país que tem muito a oferecer em negócios. Algo que infelizmente não é tradição. Vamos cumprindo nosso papel e apresentando o verdadeiro Brasil para o mundo;, escreveu Bolsonaro no Twitter.

Bolsonaro adiantou a volta e antecipou o compromisso com os imigrantes brasileiros por questões logísticas, de acordo com o porta-voz, Otávio Rêgo Barros. O embarque está previsto para amanhã, por volta das 9h30 e a chegada na manhã de quinta-feira (05/04), quando deverá se reunir com "alguns líderes".

A prioridade do presidente será buscar apoio junto aos parlamentares para a aprovação da reforma da Previdência. ;A gente vai chegar na manhã de quinta-feira. Vou tomar um banho e vou para o Planalto. Tenho várias audiências na quinta-feira;, afirmou.

Reforma tributária


Na véspera do embarque para Israel, o presidente postou nas redes sociais defendendo mudanças no sistema tributário, reduzindo impostos para as empresas. ;Está em estudo por parte da equipe econômica, a exemplo do que o Trump fez nos EUA ao reduzir os impostos. Ele catapultou a economia. Essa que é intenção da equipe e ela está estudando essa possibilidade;, disse. Resta saber como ele pretende conduzir uma redução de imposto se as contas públicas estão desequilibradas e, portanto, isso só será possível se ele for bem-sucedido na aprovação de uma reforma da Previdência robusta.

O presidente deu pistas por onde passará a Reforma Tributária. Ele escreveu que, desde 1995, o Brasil não cobra Imposto de Renda sobre dividendos (parcela do lucro distribuída aos acionistas de uma empresa), ;na contramão da prática internacional;. ;A ideia seria a troca da cobrança de Imposto de Renda sobre os dividendos. Atualmente, as empresas do Brasil que lucram mais de R$ 20 mil por mês pagam 25% de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e 9% Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CS), totalizando 34%;, escreveu.

Ao ser questionado sobre a burocracia, o Bolsonaro reconheceu que é preciso reduzi-la. ;A equipe econômica já tem tomado algumas providências nesse sentido. O Brasil é um país difícil de fazer negócio. Nos queremos diminuir esse ranking. Estamos em 119, se eu não me engano e queremos diminuir esse ranking (do Banco Mundial) para facilitar a vida não só de quem quer investir de fora e cono quem está lá dentro poder empreender também;, concluiu.

Novas viagens


O presidente reafirmou que pretende viajar para um país árabe do norte da África no segundo semestre. Outros dois destinos estão definidos: China, ainda sem data, e Japão, no fim de junho, quando participará da reunião de cúpula do G20, grupo das maiores economias desenvolvidas e emergentes. O encontro ocorrerá em Osaka, entre os dias 28 e 29 de junho. ;O Brasil tem potencial que ninguém tem. E nós precisamos aproximar cada vez mais desses países que podem colaborar muito com a nossa economia e com o nosso progresso;, afirmou.