Jornal Correio Braziliense

Politica

PSD não deve fechar questão a favor da reforma da Previdência, diz líder

Quando um partido fecha questão, a bancada é obrigada a votar de acordo com a orientação passada pela liderança

O líder do PSD na Câmara, deputado André de Paula (PE) disse que, apesar de o partido apoiar a reforma da Previdência, a sigla não deve fechar questão (exigir que a bancada vote de acordo com a orientação da liderança) a favor do texto na Câmara. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, se reuniram com a bancada da sigla na manhã desta terça-feira (2/4) na sede da pasta, em Brasília.

Segundo o parlamentar, foi uma oportunidade ;muito boa;, tanto de tirar dúvidas, quanto colocar preocupações. ;O ministro nos recebeu de forma muito aberta e nos permitiu esse contato, que é muito positivo neste momento;, afirmou André de Paula. Guedes também entrou na articulação política para conseguir avançar o texto na Câmara.

Para o líder, a iniciativa do ministro em receber os parlamentares é positiva, já que contribui para o tema, que, na visão dele, é importante para o país. André de Paula ressaltou que o PSD apresentou preocupações, mas que, em nenhum momento, tratou de mudanças no texto.

Sobre a possibilidade de fechar questão para aprovar o texto, o líder ressaltou que essa não é a tradição do partido. ;Nós sempre tivemos a tradição de discutir internamente. De fato, é uma bancada que tem uma boa unidade, mas de respeitar a individualidade dos deputados;, afirmou o parlamentar.

BPC e aposentadoria rural
A respeito das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, o líder ressaltou que o partido é contra. ;Essa questão já foi discutida e já é um ponto pacificada na nossa bancada. Formalizamos nosso apoio à reforma da Previdência, mas consideramos que esses dois pontos, de aposentadoria rural e de BPC, são pontos que somos contra;, afirmou.

Apesar disso, a orientação aos deputados do PSD é de que não se altere temas na reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que é a primeira fase da reforma na Câmara. ;Na CCJ, vamos tratar apenas de Juridicidade, admissibilidade e constitucionalidade. De mérito, será tratado na comissão especial e, posteriormente, no Plenário;, alegou André de Paula.

Sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro na articulação política, ele disse que ;melhorou muito; nas últimas duas semanas. ;Acho que os sinais são muito positivos. Nós cobrávamos isso dele porque nos regimes presidencialistas ninguém substitui a liderança do presidente, mas a gente tem que reconhecer que nas últimas duas semanas ele tem dado sinais claros na disposição de liderar;, defendeu. ;A gente percebe um engajamento maior em várias as áreas do governo. A matéria é a mais importante de todas. Eu acho que o presidente está fazendo o que é preciso;, completou.

André de Paula afirmou ainda que o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu bem a sugestão de parlamentares do PSD em encaminhar uma reforma tributária para tramitar de forma concomitante à da Previdência.