Autor de uma das ações no Supremo Tribunal Federal (STF) que discutem a prisão após condenação em segunda instância, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) pediu para que a Suprema Corte adie o julgamento do processo, marcado para acontecer na próxima semana, dia 10 de abril. A solicitação ainda não consta no sistema do STF, mas foi confirmada pela assessoria da entidade.
O presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, foi o responsável pela definição da data de julgamento. Além do processo do conselho da OAB, os ministros julgarão conjuntamente as ações apresentadas pelo PCdoB e pelo antigo PEN, que tratam do mesmo tema. No ocasião, os ministros irão analisar o mérito dos processos para decidir se mantém ou não o entendimento que autoriza a prisão após condenação em segunda instância - medida considerada um dos pilares da Operação Lava Jato. O relator das ações é o ministro Marco Aurélio Mello, que já cobrou diversas vezes que o mérito do tema fosse analisado pelo plenário do STF.
No fim do ano passado, Marco Aurélio chegou a conceder uma liminar para suspender a prisão em segunda instância - decisão que foi derrubada por Toffoli horas depois. De 2016 pra cá, o plenário do Supremo já decidiu em três ocasiões distintas que é possível a execução antecipada da pena. O tema também veio à tona no julgamento de um pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - preso e condenado no âmbito da Lava Jato - em abril do ano passado, quando o Supremo negou por 6 a 5 conceder um habeas corpus ao petista.