Gabriela Vinhal
postado em 28/03/2019 12:33
A bancada do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, decidiu, nesta quinta-feira (28/3), votar a favor da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Após reunião da sigla em Brasília, ficou decidido que os 54 deputados devem aprovar a medida, ou poderão ser expulsos, segundo o regimento da sigla. O texto do governo vai ser analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no próximo 17 de abril.
"Estamos dando a demonstração que acho que o mercado esperava, que o presidente (da Câmara) Rodrigo Maia (DEM-RJ) esperava de ser o primeiro partido a fechar questão, estamos dando exemplo", afirmou o líder do PSL na Câmara, delegado Waldir (PSL-GO). Entretanto, questionado sobre mais um capítulo da troca de farpas entre Maia e Bolsonaro na noite de quarta-feira (28/3), o deputado falou que não comentaria.
O deputado fluminense falou, nessa quarta-feira (7/3), que o chefe do Planalto "brincava de presidir o país" e pediu, mais uma vez, que Bolsonaro instrua os filhos a pararem com os ataques nas redes sociais. Nesta manhã, contudo, o presidente da República disse que a briga entre os dois já era uma página virada e a comparou com uma "chuva de verão". "Para mim isso foi uma chuva de verão. O sol está lindo e o Brasil está acima de nós", declarou, em um evento dos 211 anos da Justiça Militar. Maia, que também havia sido convidado, não compareceu à cerimônia.
Desde a semana passada, quando os embates começaram entre os dois, que o governo tem se preocupado com o rumo da tramitação da reforma na Casa. A fim de tentar aparar as arestas e levantar bandeira branca, ao menos de um lado do Executivo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, visitou o Congresso duas vezes nesta semana para dialogar com os parlamentares. O objetivo era ouvir queixas e justificar comportamentos que tenham chateado alguns congressistas. Muitos deles, inclusive, sairam em defesa de Maia, que liderava a articulação entre o Planalto e o Parlamento.
Apesar da decisão de apoio, Waldir já havia rechaçado o projeto da reforma dos militares, condicionante para dar início à analise da reforma geral na CCJ. Ele chegou a dizer que, embora desapontado, não estava surpreso com o conteúdo dela, porque tinha ;a experiência de sempre esperar o pior;. À época, ele afirmou ainda que "assustado deveria ficar o governo", porque levou ao Congresso "um abacaxi" para ser votado. Outra reclamação do líder era de que o governo não procurava a bancada para esclarecer pontos do texto que não agradaram os parlamentares. "A pressa não é do governo, é do Brasil. Queremos saber qual a pressa do Ministério da Economia, porque até agora não nos procuraram;, comentou.