Após fortes críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à falta de articulação do Executivo no Congresso, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se reuniu com lideranças partidárias no fim da tarde desta terça-feira (26/3). Segundo o ministro, o motivo do encontro foi ;ouvir, ouvir e ouvir; as queixas dos congressistas e disse que era uma vontade por parte do Planalto de manter um canal de diálogo ;absolutamente aberto e permanente; com o Parlamento. Ao lado da líder de governo no Congresso, Joice Hasselmann, o ministro afirmou, contudo, que a viabilidade da reforma da Previdência não foi discutida durante a reunião.
;Estamos aprofundando um diálogo que se faz desde a transição. Na transição, recebemos, em dezembro, 340 deputados federais, fisicamente presentes. Desde que iniciou a nova legislatura, já recebemos mais de 300 parlamentares no Planalto. O governo vem dialogando, mas sabemos que vivemos um momento novo e que nós precisamos, com humildade e paciência, construir um caminho do entendimento;, disse. Lorenzoni destacou que o desejo do governo é ;construir um pacto de convivência [entre os Poderes] onde o principal alvo é o cidadão brasileiro;.
Em defesa de Bolsonaro, que, durante o fim de semana, afirmou que não ;seria arrastado; para um campo de batalha que não o dele, em referência à cobrança de Maia para que lidere as negociações na Câmara, Onyx tentou minimizar a responsabilidade do governo neste processo. Sempre que questionado sobre o diálogo entre as instituições, ressaltou que o governo não ;recebeu uma folha em branco em que só o Executivo escreve;. ;Temos a consciência que temos que governar o Brasil, mas isso na democracia pressupõe respeitar o Judiciário e o Legislativo e ter dos Poderes uma convivência harmônica;, comentou.
Algumas lideranças de centro que participaram do encontro, contudo, criticaram a postura do governo. Elas se queixam da demora do Planalto em procurá-las e, ainda, que insistem em ressaltar a vontade de fazer ;a nova política;. ;Mas ninguém vem aqui mostrar como é que se faz;, reclamou um parlamentar. Entre as principais reclamações dos congressistas está o uso das redes sociais por parte do presidente Bolsonaro e de seu entorno: ;Acabar com esses tuítes, esses ataques. Um dia fala tranquilo, em outro está atacando;.