Politica

Paulo Guedes acredita que Previdência será aprovada em até quatro meses

Guedes amenizou as recentes trocas de farpas entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM)

Bruno Santa Rita - Especial para o Correio
postado em 26/03/2019 06:00
No encontro com prefeitos, o ministro da Economia fez um apelo à reforma para evitar o colapso das gerações futuras

O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que não há crise política no governo. Durante a Reunião-Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizada nesta segunda-feira (25/3), ele disse não haver ;caos nenhum; nos recentes embates políticos entre o governo e o poder legislativo. Para ele, as discussões e as discordâncias são um processo natural da democracia e da gestão de um novo governo que vai contra a política do ;toma lá dá cá;. E afirmou que espera a PEC da Previdência aprovada em ;três ou quatro meses;.

Guedes amenizou as recentes trocas de farpas entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM). Segundo o economista, Maia sabe a importância da reforma, mas discorda de alguns pontos. ;Há dois anos, quando foi eleito presidente da Câmara, no discurso de posse, ele disse que apoiaria e que precisava fazer a reforma;, ressaltou. O ministro da economia reforçou que também há apoio no Senado. Segundo ele, Davi Alcolumbre (DEM), presidente da Casa, é a favor da reforma. No entanto, também teria ressalvas quanto ao texto proposto. ;Ele é a favor. Isso não quer dizer que ele é 100% a favor do que está lá;, informou.

O economista pediu atenção às gerações futuras e fez um apelo às pessoas que hoje votam a reforma previdenciária. ;Quando se vota contra a reforma, está se votando contra nossos filhos e netos. Então, estamos ao lado das gerações futuras. Quem votar contra (a reforma) está contra elas e a favor do colapso;, afirmou.

O momento político brasileiro, com divergências de ideias e discussões, refletem um país mais crítico, segundo Guedes. ;Agora, temos de tudo. O Brasil está revigorado nas pautas políticas. Está enriquecendo politicamente, mas estamos vendendo a história ao contrário, que há uma crise terrível;, disse. ;O que eu vejo é algo perfeitamente normal;, refletiu.

Os privilégios do funcionalismo público na aposentadoria também foram abordados por Guedes. ;Tem sete ou oito milhões de pessoas que se beneficiam dessa face da desigualdade que se tornou o sistema previdenciário brasileiro. Vamos ter que decidir se quem tem privilégios poderá mantê-los. A primeira coisa que acontece com a não reforma é a interrupção do pagamento de salários;, avisou. Como o rombo previdenciário é um problema nas contas públicas do país, quem quebrará é o governo. ;Então, se quebrar, os primeiros que perdem são os setores públicos;, completou.

Após a reforma da Previdência, o próximo passo do governo é descentralizar o orçamento da União e dividi-lo pelos estados e municípios por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do pacto federativo. Com essa mudança, será possível combater a violência e as crises fiscais em cada unidade federativa, segundo Guedes. ;O problema é avançar nisso e morrer com colapso da previdência;, disse.

Alerta ao governo


O prefeito de Campinas (SP) e presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB), reforçou que a desestabilização do governo na articulação da aprovação da reforma da Previdência não é oportuna para o momento. ;Há boa vontade nossa de ajudar, mas preciso ter a responsabilidade de passar para o senhor (Paulo Guedes) a nossa preocupação com a condução política desse processo;, ressaltou. Para Donizette, Guedes ;amenizou; as turbulências políticas no governo Bolsonaro durante o discurso na Reunião-Geral. O político reafirmou publicamente o apoio dos prefeitos à reforma da Previdência. ;A gente sabe que, para criar uma atmosfera de geração de empregos, precisa criar uma frente. Números do Ministério da Economia mostram que, se aprovada, em quatro anos, a reforma vai gerar economia de R$ 32 bilhões para os municípios e, em 10 anos, de R$ 150 bilhões;, afirmou.

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