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Bolsonaro recomendou 'devidas comemorações' do golpe de 1964, diz Porta-Voz

Rego Barros informou que Bolsonaro não considera o movimento militar como golpe

Renato Souza, Bruno Santa Rita - Especial para o Correio, Simone Kafruni
postado em 25/03/2019 20:05
Jair Bolsonaro fazendo o sinal de positivo

O presidente da República, Jair Bolsonaro, recomendou ao Ministério da Defesa que faça as ;devidas comemorações; do golpe de 1964. Em 31 de março, o movimento que implantou a ditadura militar no Brasil completará 55 anos. De acordo com o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro não considera o movimento como golpe.

A articulação ocorrida em 31 de março de 1964 depôs o então presidente da República João Goulart. Acusado de ser um perigo comunista para o país, Jango (como era apelidado) foi retirado do poder por propor pautas sociais, como o projeto de uma reforma agrária para o país.

Os anos de chumbo, como foi chamada a ditadura, tiveram cinco presidentes militares: Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. Durante os 21 anos que perdurou o governo militar no Brasil, casos de tortura e assassinatos foram denunciados, além da censura à imprensa e morte de jornalistas como Vladimir Herzog - encontrado morto com uma corda enroscada no pescoço, porém pendurado sem altura necessária para ter sufocado. Segundo a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas ou desapareceram durante o regime militar.

;O presidente não considera que houve um golpe militar. Ele considera que a sociedade reunida e percebendo o perigo que estava vivenciando naquele momento, juntou-se. Civis e militares, nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país no rumo. Salvo melhor juízo, se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo que não seria bom para ninguém;, disse Rêgo Barros.

Segundo Barros, o presidente determinou o Ministério da Defesa que faça as comemorações devidas com relação à data, incluindo uma ordem do dia patrocinada pela pasta, que já foi aprovada por Bolsonaro. Ao explicar o que são ;devidas; comemorações, o porta-voz disse que ;tudo aquilo que os comandantes acharem, dentro das suas respectivas guarnições, que devem ser feitas dentro do contexto;.

Barros não soube dizer se Bolsonaro participará das comemorações, mas garantiu que a guarnição militar do Distrito Federal - formado pelos comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica - terá comemoração. ;Não há nada previsto no Palácio do Planalto;, acrescentou.

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