O ex-presidente Michel Temer foi preso em uma operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (21/3), pouco mais de dois meses após deixar cargo do Executivo e perder o foro privilegiado. O emedebista é alvo de dez investigações. Cinco delas tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), já que Temer ainda era presidente, mas foram enviadas à primeira instância quando ele deixou o cargo. As outras cinco foram recebidas pelo ministro da Suprema Corte Luís Roberto Barroso neste ano e, depois, foram encaminhadas à Justiça comum.
O Correio separou as acusações que tramitam na Justiça e que investigam o nome do ex-presidente. Veja quais são:
Mala de dinheiro
Temer é acusado de ter recebido R$ 500 mil em vantagem indevida de Joesley Batista, proprietário do Grupo J. Segundo as investigações, o ex-presidente recebeu a proprina por meio de Rocha Loures.
Organização criminosa
O ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa, que teria voltado-se para a arrecadação de R$ 587 milhões de propina por meio da utilização de diversos entre e órgãos públicos, tais como a Petrobras, Furnas, Caixa Econômica. O inquérito também cita os nomes de Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco, então membros do MDB.
Jantar no Jaburu
Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco ; este último também alvo da operação nesta quinta-feira (21/3) ; negociaram com a Odebrecht em um jantar o valor de R$ 10 milhões de doações ilícitas para o MDB, como contrapartida ao atendimento de interesses do grupo pela Secretaria de Aviação Civi.
Decreto dos Portos
O emedebista é investigado pela suposta prática de crimes relacionados à edição do Decreto dos Portos. A PGR Raquel Dodge ofereceu denúncia contra Temer pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também foram denunciados Rocha Loures, Antônio Celso, Ricardo Conrado Mesquisa, João Baptista Lima Filho e Carlos Alberto Costa.
Silêncio de Eduardo Cunha
O ex-presidente é investigado por tentado barrar as investigações da Operação Lava-Jato por meio de uma suposta compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Ele foi gravado por um dos sete donos do grupo J dando aval para a compra.
Reforma do apartamento
Temer é investigado por lavagem de dinheiro supostamente cometido durante a reforma de um imóvel da filha, Maristela Temer. João Batista Lima Filho ; o Coronel Lima ; é suspeito de ser responsável pela captação de recursos irregulares para Michel Temer, por meio de suas empresas, em especial a Argeplan.
Engevix
Após revelações do ex-executivo da Engevix José Antunes Sobrinho, Michel Temer é acusado de receber propina da empresa, relacionado ao contrato para a obra da usina de Angra 3, assinado com a Eletronuclear.
Peróla S/A
O delator Flávio Calazans indicou a existência de um contrato fictício de valor de R$ 375 mil para prestação de serviço no porto de Santos.
Argeplan
A suspeita é de Michel Temer seja o real proprietário da Argeplan, empresa acusada de contratos superfaturados de arquitetura e engenharia.
PDA
PDA é uma das empresas do amigo pessoal de Temer, Coronel Lima, que recebeu da Construbase R$ 17,7 milhões de 2010 a 2015.
A polícia aponta que o amigo pessoal de Temer Coronel Lima era um intermediário de propina para o ex-presidente. Uma das empresas do coronel, a PDA Projetos, se tornou conhecida justamente por causa da Engevix.