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Veja quem são os alvos da operação que levou Temer para a cadeia

Além de Michel Temer, Justiça autorizou nesta quinta-feira a prisão de outras nove pessoas, algumas bem próximas do ex-presidente

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 21/03/2019 14:20
Filha do ex-presidente Temer, Maristela Temer é alvo de busca e apreensãoAlém da prisão do ex-presidente da República Michel Temer, o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro pediu a prisão preventiva de outras 11 pessoas no âmbito da Operação Lava-Jato. Mas a justiça só acatou nove delas, sendo sete preventivas (sem prazo para ser encerrada) e duas temporárias. Veja quem são os alvos dos mandados:

Moreira Franco

Considerado um dos melhores amigos de Michel Temer, o ex-governador do Rio de Janeiro foi seu ministro das Minas e Energia e ministro chefe da Secretaria da Presidência de Temer. Antes, foi secretário de Assuntos Estratégicos da ex-presidente Dilma Rousseff e nomeado ministro da Aviação Civil, a pedido de Temer. Sua demissão, por Dilma, no primeiro mandato da petista, foi um dos motivos de insatisfação apontados por Temer, em carta enviada à presidente, para o rompimento do vice com a ex-presidente.

Depois da demissão, assumiu a Secretaria Executiva do Programa de Parcerias Público Privada, responsável pelos leilões de aeroportos para consórcios privados, por indicação de Temer. Moreira Franco foi citado na Lava-Jato na delação de Cláudio Melo Filho, investigado por troca de mensagens com o então presidente da empreiteira Andrade Gutierrez na época das privatizações. Conhecido como ;Gato Angorá;, teve o nome citado também nas delações da Odebrecht devido ao codinome ;gato; e ;angorá; nas listas de repasse de dinheiro.

Moreira Franco ingressou na política brasileira durante o regime militar, no MDB, em 1979, e mudou-se para a Arena, partido que apoiava a ditadura. Com o fim da ditadura, passou para o PMBD, atualmente MDB. Foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro em 1974, prefeito de Niterói e governador do Rio de Janeiro. Exerceu dois mandatos como deputado federal a partir de 1994. Foi vice-presidente da Caixa Econômica e assessor especial do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Coronel João Batista Lima

Coronel reformado da Polícia Federal, é amigo pessoal do ex-presidente e suposto testa de ferro de Temer. Ele é suspeito de ter recebido propina em nome de Temer. Foi assessor de Michel Temer em 1984, quando o ex-presidente era secretário de Segurança de São Paulo, na gestão do então governador, Franco Montoro.

Lima e Temer foram citados em várias irregularidades, como esquema de propina da Docas, em 2000; arrecação de recursos ilícitos na Eletronuclear e compra da construtora Argeplan. O coronel possui patrimônio de mais de R$ 15 milhões, incluindo fazendas e participação na Argeplan, especializada em serviços para o setor público.

Maria Rita Fratezi

É arquiteta e esposa do coronel Lima.

Carlos Alberto Costa

Empresário e sócio do coronel Lima na empresa de construção Argeplan.

Carlos Alberto Costa Filho

Diretor da Argeplan e filho de Carlos Alberto Costa

Vanderlei de Natale

Sócio da empresa Construbase

Carlos Alberto Montenegro Gallo

Administrador da empresa CG IMPEX

Rodrigo Castro Alves Neves (prisão temporária)

Responsável pela Alumi Publicidades

Carlos Jorge Zimmermann (prisão temporária)

Representante da empresa finlandesa-sueca AF Consult

Busca e apreensão

A polícia ainda realiza busca e apreensão nos endereços dos investigados, assim como no de Maristela Temer (filha de Temer), Othon Luiz Pinheiro da Silva, Ana Cristina da Silva Toniolo e Nara de Deus Vieira. Também foram realizadas buscas nas empresas vinculadas aos investigados.

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