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Preso com Temer, Moreira Franco governou o Rio e foi ministro de Estado

Moreira Franco é alvo de um dos mandados cumpridos pela Lava-Jato no Rio nesta quinta-feira

O ex-ministro de Minas e Energia e ex-secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Wellington Moreira Franco teve mandado de prisão expedido nesta quinta-feira (23/3) e foi preso no Rio de Janeiro ainda pela manhã. Junto com o ex-presidente Michel Temer, Moreira Franco é alvo da Operação Radioatividade, da Polícia Federal, na 16; etapa da Operação Lava-Jato.

Moreira Franco é acusado de solicitar propina de R$ 1 milhão ao delator José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. Moreira foi citado por Antunes em um depoimento válido por um acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal. Além dele, o presidente Michel Temer, que também foi preso, e o coronel da PM de São Paulo João Baptista Lima também foram delatados por Sobrinho.

Filiado ao MDB, Moreira Franco foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e, posteriormente, ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer. Após ter sua nomeação suspensa três vezes, por liminares, foi nomeado com exigência de não elegibilidade ao foro privilegiado.

Começou na vida pública em 1974, quando foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, onde foi prefeito de Niterói e depois governador do Estado. Retornou ao Congresso Nacional em 1994 por duas legislaturas. Foi vice-presidente da Caixa Econômica e, no governo Fernando Henrique Cardoso, atuou como assessor especial do presidente.

No início da gestão Dilma Rousseff, com Michel Temer como vice-presidente, foi nomeado para a extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos. Depois atuou, a pedido de Temer, como ministro da Aviação Civil. Temer e Moreira Franco são considerados melhores amigos. Por isso, a demissão de Moreira Franco por Dilma foi motivo de insatisfação de Temer, que começou a articular o impeachment da petista.

Quando assumiu a presidência, Temer nomeou Moreira Franco para ser responsável pelo setor de privatizações no PPI. Moreira Franco foi responsável por leilões de aeroportos para consórcios privados e pela retomada das obras de Angra 3. É investigado na Operação Lava-Jato por vários inquéritos. Um dos motivos são as mensagens trocadas com o então presidente da empreiteira Andrade Gutierrez à época das privatizações.

Conhecido como gato angorá na política, por conta dos cabelos brancos, teve seu nome citado nas delações da Odebrecht, em dezembro de 2016, quando o codinome foi revelado nas listas de repasses de dinheiro.

Na carreira política, foi deputado federal (1975 ; 1977); prefeito de Niterói (1977 ; 1982); governador do Rio de Janeiro (1987 ; 1991); deputado federal (1995 ; 1999 e 2003 ; 2007). No terceiro mandato, Moreira Franco se consolidou como um dos principais articuladores políticos da Câmara e se tornou vice-líder do PMDB na Casa.

Cargos

A partir de 2006, parou de disputar eleições, mas conseguiu cargo importante na vice-presidência da Caixa Econômica Federal, do qual saiu para ser representante do PMDB na campanha da petista Dilma Rousseff. Por conta disso, foi nomeado pela presidente-eleita para a Secretaria de Assuntos Estratégicos e, depois, para a Secretaria de Aviação Civil, cargo do qual Dilma o demitiu em janeiro de 2015.

Com o impeachment da petista, Moreira Franco voltou às privatizações pelas mãos do amigo recém-empossado presidente da República. Foi nomeado para a secretaria-executiva do PPI por Temer em 2016. Em 2017, foi para a Secretaria-Geral da Presidência e em abril de 2018, nomeado ministro de Minas e Energia, pasta na qual tratou como prioridade a privatização da Eletrobras. Foi no MME que tomou a decisão de retomar a construção de Angra 3, o que o acabou levando à prisão preventiva por suspeita de corrupção.