Nomeada assessora parlamentar no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), a jornalista Elisângela Machado dos Santos de Freitas repassou ao próprio marido 59% dos recursos que recebeu do fundo eleitoral em sua campanha à deputada federal pelo PRP no Distrito Federal, no ano passado. Ela obteve 11.638 votos e não se elegeu.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que Elisa Robson, nome usado por ela na urna, recebeu R$ 25 mil do fundo eleitoral destinado ao seu partido, constituído por dinheiro público, e gastou R$ 14,9 mil com Ronaldo Robson de Freitas, com quem é casada. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, Freitas recebeu R$ 10 mil para "serviços de coordenação de campanha eleitoral", R$ 4 mil para "locação de equipamento para gravação de vídeo" e R$ 900 para "serviço de divulgação de campanha".
Elisângela é administradora da página República de Curitiba, simpática ao presidente Jair Bolsonaro. No mês passado, ela foi nomeada pelo filho mais velho do presidente para trabalhar como auxiliar parlamentar no gabinete dele no Senado, cargo cujo salário inicial é de R$ 5,2 mil.
Em sua página no Facebook, a assessora afirmou que o marido "gerenciou todo o trabalho que foi feito de comunicação nas redes sociais" pela sua campanha e que "graças ao seu trabalho feito com esmero, clareza e responsabilidade, encerrei as eleições (mesmo sem nenhuma experiência em corrida eleitoral) com zero de dívida de campanha e sem dever nada a ninguém".
"Ele administrou as informações, os posts patrocinados, a produção de pequenos vídeos e os poucos recursos financeiros que precisaram ser gerenciados, com gasto total de R$ 30 mil. Inclusive, nossa família de cinco pessoas está sem carro até hoje porque decidimos dar prioridade financeira para a minha campanha na época", escreveu Elisa.
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Procurada, a assessoria de imprensa de Flávio Bolsonaro afirmou que o senador não vai se manifestar sobre o caso.