O projeto da reforma da Previdência, apresentado na semana passada ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda deve sofrer alterações na Câmara dos Deputados. Para João Campos (PSB), deputado federal de pernambuco e integrante da oposição ao governo, a proposta deve ser discutida apenas quando o projeto da aposentadoria dos militares também for apresentada. Em entrevista ao CB.Poder, programa parceria entre a TV Brasília e o Correio, o parlamentar afirmou ser inviável que o projeto seja aprovado da forma como está. "A reforma tem de ser justa, precisa haver construção e participação", defendeu.
De acordo com Campos, as propostas do governo Bolsonaro não serão impossibilitadas, mas dialogadas. "Se a reforma for inviabilizada, será por responsabilidade do governo. Nós estamos à disposição para conversar", disse. Segundo ele, os deputados que fazem oposição ao Planalto estão em boa sintonia para modificar o projeto da nova Previdência.
Na avaliação do político pernambucano, a comunicação do governo está "muito atrapalhada", e isso pode tirar o foco das discussões de assuntos práticos que podem ser melhores para o país. Para ele, as falas da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e a polêmica da gravação do Hino Nacional, criada pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez, são uma cortina de fumaça. "Parece que o governo insiste em não enfrentar o problema dos brasileiros".
João Campos, foi o deputado federal mais votado no estado de Pernambuco. A principal pretensão política do jovem político é suprir a expectativa daqueles que o elegeram deputado nesse primeiro mandato. Sobre a possibilidade de, no futuro, se candidatar à Prefeitura de Recife, Campos diz que é momento de viver o agora. "O meu foco, no momento, é o mandato", disse.
De acordo com o socialista, a oposição tem pautas para serem levadas ao plenário da Câmara nos próximos dias. Uma delas é referente à Maria da Penha que pode ser votada a curto prazo em razão do dia internacional da mulher. Uma emenda faz com que o agressor que tenha uma arma perca o porte ou a posse do revólver.
O deputado, que é engenheiro de formação, também integra a comissão externa de Brumadinho (MG). Ele defende que, para evitar novos acidentes, seja proibido que o atual método de construção de barragens no Brasil. Outro caminho é cuidar das barragens existentes, para que os crimes contra à vida e à natureza, como o caso de Brumadinho e de Madriana, ambos em Minas Gerais, sejam evitados. João Campos defende a Vale seja punida severamente. "Não podemos admitir o erro como foi feito em Mariana, enquanto a gente viver a cultura de que não se pune, vamos ter problemas desse tipo", disse.
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* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli