Nas eleições, Bebianno ocupou o posto de presidente nacional do PSL. Álvaro Antônio era presidente do diretório estadual do partido em Minas Gerais. O ex-ministro da Secretaria-Geral é suspeito de autorizar a distribuição de recursos para campanhas fantasmas em Pernambuco. Já o ministro do Turismo é acusado de liberar verbas públicas para candidaturas laranjas na base eleitoral, segundo informações divulgadas pela Folha de São Paulo.
A saída de Bebianno causou constrangimento ao governo. Após a exoneração, áudios de conversas entre o ex-ministro e Bolsonaro foram vazados para a imprensa. A revista Veja os publicou na terça. O conteúdo mostra que os dois conversaram por WhatsApp, desmentindo a versão de que o presidente não teria dialogado com o ex-presidente do PSL quando ainda estava internado em São Paulo.
Para apagar o incêndio, Bolsonaro pediu que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, converse com Bebianno. Um áudio publicado ontem pelo jornal O Globo mostra a preocupação do presidente em relação às ações defendidas pelo ex-ministro, que é seu advogado, na Justiça. ;Se ele (Bebianno) me cobrar individualmente o mínimo (dos honorários advocatícios), eu tô f.... Teria que vender uma casa minha para poder pagar;, declarou.
Ao presidente, Onyx avalia que Bebianno não fará mais retaliações ao governo. ;Ele disse ao Jorge (provavelmente Jorge Oliveira, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil): ;O que eu tinha para fazer, eu fiz ontem (terça-feira, possivelmente sobre o vazamento dos áudios). Eu não dou mais nenhuma palavra, acabou tudo ontem. Eu estou te dando a minha palavra;. Então, agora, no fim da tarde, para tu saberes, eu vou lá dar uma conversada com ele (Bebianno);, disse o ministro.
Os holofotes, agora, estão voltados para Álvaro Antônio. O ministro do Turismo cumpriu agenda marcada desde terça-feira e se encontrou a sós ontem com Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Entrou e saiu sem dar declarações à imprensa. A assessoria do governo informa que ele foi tratar de assuntos da pasta. Apesar do desconforto, Major Olímpio saiu em defesa do correligionário, sustentando que é preciso aguardar as investigações. ;Não faço parte de laranjal, nem estimulo laranjal. Estamos construindo um grande partido e não vamos permitir qualquer tipo de mácula. Mas não vamos prejulgar qualquer circunstância que está em apuração;, destacou.
Para Delegado Waldir, manter o ministro do Turismo é o correto a ser feito. ;Ele tem que permanecer. Que crime cometeu? Qual prova tem contra o ministro? Não podemos rasgar a Constituição, que prevê o contraditório e ampla defesa. Se lá na frente se comprovar algo que ele praticou, vai ser punido rigorosamente;, declarou.