A votação do requerimento provocou debate acalorado entre os senadores contra e a favor. Cotado para ser líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) mostrou preocupação sobre como essa questão pode afetar a votação das reformas, como a da Previdência.
"Nós estamos querendo amplificar uma crise para tirar esse foco da reforma da Previdência. Eu não vejo onde a presença de um ex-ministro de Estado vai contribuir para as matérias que a gente quer que ganhe curso. Essa crise que já encerrou, página virada", disse ele.
Integrante da base do governo, a senadora Selma Arruda (PSL-MT), que ficou conhecida pela carreira como juíza federal, também se posicionou contra a aprovação do requerimento. "Estamos gastando tempo e dinheiro com assunto que não é da nossa competência", disse.
Autor do requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) ironizou a postura da base do governo, eleito com forte discurso anticorrupção do PT.
"Ver o governo Bolsonaro abafando a tentativa do Senado de investigar o caso Bebianno não tem preço: o Planalto mudou de inquilino, mas não de práticas. Transparência e combate à corrupção não são compromissos da base do governo no Congresso", escreveu Randolfe.
A aprovação desse convite não significa, no entanto, que Bebianno precisará comparecer ao colegiado. Ele pode se recusar a prestar esclarecimentos no Senado.
Integrantes da base do governo desconfiam, no entanto, que o ex-ministro aceite o convite e resolva falar à comissão.