Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência
Era um homem abatido. Gustavo Bebianno deixou, no começo da tarde de domingo, o hotel onde reside e se isolou desde o início da crise política para almoçar. Ele passou uma hora e meia com amigos próximos numa mesa do Tejo, restaurante de comida portuguesa na 404 Sul. Na saída, Bebianno relatou à reportagem que ainda tenta ;equalizar; todo o processo que deverá resultar na sua exoneração do cargo. Cortês, tirou selfie com um eleitor e disse que não era hora de comentar o assunto.
Quais os próximos passos do senhor?
O tempo é o senhor da razão. Vou falar depois. Por ora, vou ficar quieto, acalmar minha cabeça. Quem sofre uma injustiça dessas não fica com a cabeça boa. Antes dos meus interesses, pode parecer clichê, mas não é, estavam os interesses do país. Trabalhei, fiz o que fiz por garra, não foi por emprego ou para ganhar dinheiro.
O senhor trabalhou nos últimos dois anos para eleger o presidente...
Não sou perfeito, mas (abaixa a cabeça)...
O senhor fez alguma coisa que tenha levado o presidente a optar pela sua saída?
Absolutamente nada. Zero.
Há uma injustiça?
100%. O presidente sabe.
Sabe?
Sabe, não é maluco.
Qual a posição do senhor em relação ao vereador Carlos Bolsonaro? Ele passou dos limites?
Vou falar depois que sair. Na hora certinha eu falo. Estou equalizando minha cabeça.