Apesar de a cerimônia de posse no Senado Federal só começar às 15h desta sexta-feira (1/2), a manhã foi de intensa articulação na Casa. Às 10h24, foi publicado um edital com os roteiros das reuniões preparatórias para a posse dos senadores e para a eleição do presidente do Senado. A medida foi considerada uma tentativa de favorecer o candidato Renan Calheiros (MDB-AL).
O documento, elaborado pelo secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Mello, trazia as regras de como os trabalhos deveriam ser conduzidos, com a decisão de que o presidente em exercício, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), por ser terceiro-suplente da Mesa anterior, não poderia presidir os trabalhos.
Pelo edital, o senador José Maranhão (MDB-PB), mais idoso, atenderia aos requisitos regimentais para comandar a sessão. Por volta das 11h, no entanto, o presidente da Casa anunciou que o edital estava revogado ;ante ausência de legitimidade da Secretaria Geral da Mesa (SGM);.
Na revogação, Alcolumbre determinou que as reuniões preparatórias seguirão as disposições regimentais do Senado Federal. Em seguida, exonerou Bandeira de Mello,que é funcionário de carreira, do cargo de secretário geral da Mesa.
A articulação de Bandeira de Mello pretendia favorecer a candidatura de Renan Calheiros à Presidência do Senado, porque David Alcolumbre é adversário de Renan e, pelo regimento, ficará à frente da reunião, por ser o único integrante remanescente da Mesa Diretora de 2018 que não tomará posse para um novo mandato nesta sexta, já que o dele é até 2022.
Ao colocar o senador José Maranhão à frente dos trabalhos, por meio do edital publicado por Bandeira de Mello, os defensores da candidatura de Renan pretendiam que a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), de que a eleição pode ser feita por voto secreto, fosse cumprida. Isso porque Alcolumbre é defensor do voto aberto, o que pode impor dificuldades à Renan.
A disputa pela Presidência do Senado tem nove pré-candidatos. Caso se confirme, será um número recorde desde a redemocratização. Os candidatos declarados são: Alvaro Dias (Pode-PR), ngelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Esperidião Amin (PP-SC), Major Olímpio (PSL-SP), Renan Calheiros (MDB-AL), Reguffe (sem partido-DF) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).