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Bolsonaro segue na UTI e recebe familiares e assessores; alta em 10 dias

Após sete horas de cirurgia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve a bolsa de colostomia retirada, nesta segunda-feira (28/1), e o trânsito intestinal finalmente reconstruído

Após passar por uma cirurgia de sete horas para retirada da bolsa de colostomia, na segunda-feira (28/1), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein. No local, ele recebe desde a segunda-feira familiares e assessores. Pelas condições humanizadas da estrutura, Bolsonaro deve ficar na UTI até o fim da internação, segundo sua assessoria.

A indicação médica é que Bolsonaro permaneça em repouso maior até esta quarta-feira (30/1), quando está prevista a vinda de outros ministros para a capital paulista. Por enquanto, o único que acompanha o presidente no hospital é o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

Um boletim médico com atualizações sobre o quadro de saúde de Bolsonaro deve ser divulgado no fim da manhã desta terça-feira (29/1). Até a noite de segunda, o presidente estava consciente e sem dor. Não há informação que altere a situação até o momento, de acordo com a assessoria de imprensa do Planalto. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, deve conceder uma entrevista coletiva no fim da tarde.

Alta em 10 dias

Após sete horas de cirurgia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve a bolsa de colostomia retirada, nesta segunda-feira (28/1), e o trânsito intestinal finalmente reconstruído quase cinco meses após ser atingido por uma facada. Segundo boletim médico divulgado no fim da tarde pelo Hospital Israelita Albert Einstein, a operação ocorreu sem complicações e, após a cirurgia, o presidente foi encaminhado para a UTI do hospital onde, até a noite desta segunda, seguia em condição estável, consciente e sem dor.


Uma hora depois de concluída a cirurgia, o presidente manifestou em seu Twitter que estava bem. Postou três emojis: um com a bandeira do Brasil, outro com uma mão fazendo sinal de positivo e um terceiro com duas mãos juntas agradecendo.

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A operação, iniciada às 8h30 e concluída às 15h30, durou o dobro do previsto por causa de inúmeras aderências intestinais encontradas no abdome do presidente. A condição, decorrente das duas cirurgias anteriores, ocorre quando tecidos de cicatrização das alças do intestino "grudam" em outras partes do órgão, o que pode levar à obstrução intestinal.

Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, a quantidade de aderências exigiu que os cirurgiões fizessem "uma verdadeira obra de arte" para poder remover todas elas e reparar o intestino de Bolsonaro. "A cirurgia foi conduzida de uma forma muito especial, muito cuidadosa, devido à quantidade muito grande de aderências", afirmou o porta-voz, em coletiva de imprensa no Hospital Albert Einstein, horas depois da cirurgia.

Durante a cirurgia, foi necessária a retirada de uma parte do intestino grosso chamada de cólon ascendente ou direito. "Foi removido por segurança", disse o cirurgião chefe da equipe, Antônio Luiz Macedo.

Com extensão de 15 a 20 centímetros, o cólon ascendente era a parte do intestino que havia sido exteriorizada até a parede abdominal para a saída de fezes até a bolsa coletora.

Com a retirada dessa parte, a costura interna feita para restabelecer o trânsito intestinal foi feita entre o íleo (última parte do intestino delgado) e o cólon transverso.

Macedo não explicou quais seriam as questões de segurança que levaram à remoção do cólon ascendente, mas, segundo cirurgiões ouvidos pela reportagem, essa opção pode ser feita quando o tecido do cólon ascendente está deteriorado ou com muitas aderências ou então pelo fato de a costura entre o íleo e o cólon ser menos propensa ao rompimento dos pontos do que uma costura entre o cólon ascendente e o transverso. "Enquanto a probabilidade de rompimento da sutura é de 2% no caso de ligação entre duas partes do cólon, o índice cai para 1% quando ela é feita entre o íleo e o cólon", afirma Fábio Guilherme de Campos, professor da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

De acordo com o especialista, a retirada dessa parte do intestino grosso tem poucas consequências para o paciente. "O que pode acontecer é o paciente evacuar um pouco mais do que evacuava antes, mas é uma mudança pequena na frequência e, com o tempo, o intestino vai se adaptando", diz ele.

Volta ao trabalho

Ainda na entrevista coletiva, Rêgo Barros confirmou que Bolsonaro ficará em repouso por 48 horas e, na quarta-feira, retomará as atividades de presidente, em gabinete montado no hospital. A previsão é de que Bolsonaro tenha alta em dez dias. No entanto, disse o porta-voz, a depender da evolução do quadro do presidente, esse período poderá ser menor.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, no último domingo (27/1), para que um paciente submetido a esse tipo de cirurgia tenha alta, é necessário que o intestino volte a funcionar normalmente. A reintroducação alimentar é feita aos poucos e espera-se que o operado volte a evacuar cerca de seis dias depois da cirurgia.

O porta-voz afirmou também que a equipe médica não lhe informou nenhuma limitação física do presidente como decorrência da cirurgia.

Acompanharam Bolsonaro no hospital a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e três dos seus cinco filhos: Eduardo, Carlos e Renan.

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Bolsonaro usava a bolsa de colostomia desde o dia 6 de setembro, quando levou uma facada em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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