Jornal Correio Braziliense

Politica

Palocci: Lula pediu R$ 30 mi para Delfim e Bumlai em obra de Belo Monte

Palocci afirma que Lula se envolveu diretamente na corrupção em Belo Monte

O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci afirmou, em delação premiada que Delfim Netto recebeu R$ 4 milhões de um acerto de R$ 15 milhões de propinas ao PT supostamente repassados pela Andrade Gutierrez. Delfim foi o todo poderoso ministro da Fazenda do regime militar, nos anos 1970. Ele ficou famoso como o ministro do ;milagre econômico;.

Em nove de março de 2018, Delfim foi alvo de buscas e apreensões no âmbito da Operação Buona Fortuna, 49; fase da Lava Jato. Segundo os investigadores, já foram rastreados pagamentos em valores superiores a R$ 4 milhões de um total estimado em R$ 15 milhões.

Primeiro delator do núcleo político de comando do esquema de corrupção sistêmica nos governos do PT revelado pela Lava Jato, Palocci detalhou sua atuação no acerto de R$ 135 milhões em propinas em Belo Monte - equivalente a 1% do contrato de R$ 13,5 bilhões. O valor dividido de forma igualitária, 50% cada, entre o PT e o MDB. E incriminou Lula e Dilma no esquema.

Palocci afirma que Lula "se envolveu diretamente" na corrupção em Belo Monte. Segundo o delator, o ex-presidente exigiu que o amigo José Carlos Bumlai, pecuarista com livre acesso ao Planalto em seu governo, e Delfim Netto recebessem "milhões" no negócio, por terem formulado o consórcio vencedor do contrato.

O ex-ministro disse que ;Lula insistia que deveriam ser pagos em virtude da atuação de Delfim Neto e Bumlai na formação do consórcio vencedor e ;que Lula informou que Bumlai e Delfim Neto deveriam receber R$ 30 milhões pela formação do consórcio alternativo e que ainda não tinham sido pagos;.

Segundo Palocci, Lula estava ;irritado; porque Dilma Rousseff não havia autorizado o pagamento de propinas ao PT pela construção de Belo Monte, já que haveria um outro acerto com o PMDB.

O ex-ministro afirma que recebeu um pedido de Lula para que ajudasse o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a remunerar Delfim e Bumlai pela ajuda que teriam dado ao consórcio vencedor de Belo Monte.

Para Palocci, a ;presença de Bumlai significava que havia interesses também de Lula no recebimento dos valores;. O ex-ministro diz que ;recebeu um visita de do executivo da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo, ;o qual se fazia acompanhado de Jose Carlos Bumlai, na sede; de sua empresa Projeto.

Na reunião, segundo Palocci, Otávio indagou se havia necessidade de se pagar cerca de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões) a Antonio Delfim Netto e ainda disse que ;iria abater os pagamentos dos valores que eram devidos pelas empresas do consórcio construtor ao PT e ao PMDB, ou seja, seriam abatidos quinze milhões dos valores de cada agremiação;.

De acordo com Palocci, ;pela presença de Bumlai na reunião, confirmava-se o que posteriormente Lula confidenciou, de que também Bumlai pretendia receber parte dos 30 milhões; e que ;os trabalhos de Bumlai eram feitos, muitas das vezes, para a sustentação da família de Lula;.

Palocci relata que R$ 15 milhões, metade do total, foram quitados a Delfim e ao PT. Delfim teria ficado com R$ 4 milhões

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS RICARDO TOSTO E JORGE NEMR, QUE DEFENDEM DELFIM

"Caros, todos os esclarecimentos e as informações sobre esse tema já foram prestados às autoridades.

A defesa do professor Antonio Delfim Netto, representada pelos advogados Ricardo Tosto e Jorge Nemr, esclarece que "o professor Delfim Netto não ocupa cargo público desde 2006 e não cometeu nenhum ato ilícito em qualquer tempo. Os valores que recebeu foram honorários por consultoria prestada".

COM A PALAVRA, DILMA ROUSSEFF

As novas mentiras de Palocci

Dilma rebate as novas declarações fantasiosas do ex-ministro

A propósito das supostas novas declarações do senhor Antônio Palocci, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff registra:

Mais uma vez, o senhor Antônio Palocci mente em delação premiada, tentando criar uma cortina de fumaça porque não tem provas que comprometam a idoneidade e a honra da presidenta Dilma.

É fantasiosa a versão de que ela teria "dado corda" para a Lava Jato "implicar" Lula. Isso não passa de uma tentativa vazia de intrigá-la com o presidente Lula.

Na verdade, a delação implorada de Palocci se constitui num dos momentos mais vexaminosos da política brasileira, porque revela o seu verdadeiro caráter.

Assessoria de Imprensa

Dilma Rousseff

COM A PALAVRA, LULA

SOBRE HISTÓRIAS DE PALOCCI E MOTORISTAS PLANTADAS HOJE CONTRA LULA

A Lava Jato tem quase 200 delatores beneficiados por reduções de pena. Para todos perguntaram do ex-presidente Lula. Nenhum apresentou prova nenhuma contra o ex-presidente ou disse ter entregue dinheiro para ele. Antônio Palocci, preso, tentou fechar um acordo com o Ministério Público inventando histórias sobre Lula. Até o Ministério Público da Lava Jato rejeitou o acordo por falta de provas e chamou de "fim da picada".

Mas o TRF-4 decidiu validar as falas sem provas de Palocci, que saiu da prisão e foi para a casa, com boa parte de seu patrimônio mantido em troca de mentiras sem provas contra o ex-presidente. O que sobra são historinhas para gerar manchetes caluniosas.

Todos os sigilos fiscais de Lula e sua família foram quebrados sem terem sido encontrados valores irregulares.

Há outros motoristas e outros sigilos que deveriam ser analisados pelo Ministério Público, que após anos, segue sem conseguir prova nenhuma contra Lula, condenado por "atos indeterminados". Curiosa a divulgação dessa delação sem provas justo hoje quando outro motorista ocupa o noticiário.

Assessoria de Imprensa do ex-presidente Lula