postado em 14/01/2019 15:00
O rapaz que viralizou no início deste mês ao filmar a ministra da Mulher, da Familia e dos Direitos Humanos, Damares Alves, em um shopping de Brasília foi demitido da loja onde trabalhava, na região central de Brasília. Por meio das redes sociais, Thiego Amorim anunciou que não pertence mais ao quadro dos funcionários e diz que "a luta continuará".
Em conversa com o Correio, Thiego contou que a demissão aconteceu no sábado (12/1). "Quando entrei na loja pela manhã, ela [a proprietária] já estava me esperando para assinar a carta de demissão", relatou. "Foi uma censura. Em momento algum, ela [a ministra] foi tratada mal", acrescentou.
Em meio à polêmica sobre a fala de Damares, onde ela invoca uma "nova era" onde "meninos vestem azul e meninas vestem rosa", a ministra esteve na loja onde Thiego trabalhava. A chefe da pasta usava uma roupa de cor azul, o que levou o rapaz a fazer uma filmagem e divulgar nas redes sociais. A parte do vídeo que viralizou mostra Damares, saindo do estabelecimento, dizendo-se constrangida.
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O vídeo viralizou nas redes sociais em pouco tempo. Em resposta a comentários feitos na internet, a loja disse que "nenhum tipo de preconceito ou falta de respeito é aceito. Prezamos que todos os nossos clientes, sem distinção, sejam atendidos com respeito, simpatia, prestatividade e educação. Estamos resolvendo essa questão de forma clara e humana com os envolvidos, buscando compreender melhor todo o contexto (não publicado) do vídeo", afirmava.
"Esclarecemos ainda que o ocorrido já está sendo usado como uma oportunidade para reforçar, ainda mais, nossos valores com todos os funcionários. Levantamos a bandeira da paz, do amor e do respeito", prosseguiu a loja nas redes sociais.
Apesar da demissão, Thiego diz não se arrepender da atitude e relata já ter recebido outras propostas de trabalho. Em relação à "luta" que mencionou na publicação, o rapaz afirma que precisa continuar de "cabeça erguida" já que agora representa minorias que se viram representadas nele: "Já luto todos os dias, muito antes disso acontecer, pelo fato de ser negro, gay e não ser rico. Essa luta que está acontecendo comigo é só mais uma".
O Correio procurou a loja para comentar sobre a saída do funcionário, mas nenhuma ligação foi atendida até a publicação desta matéria.
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Grampo
Durante a conversa por telefone, Thiego afirmou que seu número de celular havia sido grampeado. A suspeita, segundo ele, veio por conta de as ligações estarem com eco ; o que foi verificado pela reportagem. De acordo com o rapaz, seu advogado está tratando da situação.