O ministro da Justiça, Sérgio Moro, autorizou, nesta sexta-feira (4/1), o envio da tropa da Força Ncaional de Segurança Pública (FN) ao estado do Ceará. Cerca de 300 homens e 30 viaturas devem desembarcar ainda hoje na região, onde atuarão por 30 dias. Caso necessário, o prazo pode ser prorrogado.
A ideia é que a ação das Forças Armadas seja complementar ao trabalho da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e forças policiais estaduais.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a decisão foi tomada após vários episódios de violência registrados no estado, que parecem partir de grupos criminosos organizados. Na decisão, é afirmado que há dificuldade para "as forças locais combaterem sozinhas o crime organizado".
Além disso, também foi considerada a gravidade dos fatos, "a necessidade de manutenção da segurança pública e o dever das forças policiais federais e estaduais de proteger a população civil e o patrimônio público e privado de novos incidentes".
Ainda segundo a pasta, foi determinado que as polícias federais intensifiquem as ações de prevenção e repressão ao crime organizado, e que o Depen preste todo o apoio necessário para as ações de segurança pública no estado. A forma de atuação, no entanto, será definida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do MJSP. A operação terá o apoio logístico do governo do Ceará.
Entrada do governo Bolsonaro no Nordeste
Conforme o Blog da Denise noticiou mais cedo, o envio da Força Nacional ocorre após um telefonema do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pedindo apoio ao governo Bolsonaro para conter a onda de violência que assola o estado.
A ajuda é vista como a porta de entrada do governo Jair Bolsonaro na região onde o PT continua forte em termos eleitorais. Por ironia do destino, o secretário de Segurança Pública, general Theófilo, que vai cuidar do caso, foi o adversário de Camilo Santana na eleição.
Há um ano, o deputado Danilo Forte (PSDB-CE) pediu que o presidente Michel Temer decretasse intervenção no Ceará por causa das ações do crime organizado. Na época, Camilo Santana disse que estava tudo sob controle. Agora, passada a posse, os ataques voltaram, e uma janela se abre para o governo federal ajudar o petista.