postado em 26/12/2018 20:59
O motorista Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou que uma parcela da movimentação atípica de R$ 1,2 milhão, constatado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vem da compra e venda de carros. Esta é a primeira vez que Queiroz fala em público sobre o caso.
"Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Compro, revendo, compro, vendo carro. Sempre fui assim. Eu gosto muito de comprar carro em seguradora. Na minha época, eu comprava um carrinho, mandava arrumar e vendia logo", disse em entrevista exclusiva ao SBT Brasil na noite desta quarta-feira (26/12).
Queiroz é acusado de entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, enquanto era funcionário de Flávio na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O Coaf identificou essas movimentações como "atípicas". Entre as movimentações, está o valor de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. No começo do mês, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que esse depósito era parte de um pagamento de uma dívida de R$ 40 mil.
Em entrevista ao veículo de comunicação, Queiroz disse que não se "falava em dinheiro" dentro do gabinete. "Isso é uma covardia. Eu não sou laranja, eu sou homem trabalhador", disse. Apesar de ter trabalhado para Flávio, o motorista disse que não tem tido contato com ele.
Queiroz também garantiu que quer explicar a movimentação ao Ministério Público, mas que está cuidando da saúde após ter sido constatado um câncer no intestino. Ele alegou o mesmo problema de saúde para não comparecer ao depoimento ao Ministério Público, em 19 e 21 deste mês. Quando questionado, o motorista não detalhou a origem dos depósitos. "Isso é o que eu quero explicar ao MP", afirmou.