A assessoria de imprensa do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), eleito senador em outubro, enviou nota afirmando que "não é investigado e não fez nada de errado" no procedimento do Ministério Público do Rio que analisa movimentações atípicas na conta de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A assessoria também declarou que Flávio "estará à disposição das autoridades competentes, por ser o principal interessado na elucidação dos fatos".
O MP informou que, "dando prosseguimento às investigações", enviará um ofício à Presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sugerindo o comparecimento de Flávio Bolsonaro no MP, no dia 10 de janeiro, para que preste esclarecimentos acerca dos fatos apontados pelo Coaf.
O conselho identificou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 e um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro - o presidente eleito disse que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.
As transações atípicas foram reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo, no último dia 5. Desde a divulgação dos dados, Queiroz não se justificou em público. Ao Estado, o ex-assessor disse que não sabia nada sobre o assunto.
O nome de Queiroz consta na folha de pagamento da Alerj de setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL-3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado no último dia 15 de outubro.