O presidente do Senado, Renan Calheiros, criticou, nesta quinta-feira (20/12), a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que determinou que a escolha do presidente da Casa Legislativa ocorra por meio de votação aberta. Procurado pelo Correio, ele disse que se trata de "uma interferência entre os poderes".
Renan disse que é necessário defender a democracia, citando a Constituição Federal, que determina que a República é formada por Três Poderes, harmônicos e independentes entre si. "Não podemos deixar de defender a independência e a separação dos Poderes. A democracia não deve ficar exposta a pedrada de doido e a coice de burro. Será sempre mais complicado defendê-la. Todo dia tem que matar um leão. Mas, o difícil mesmo é enfrentar as antas", disse.
Na quarta-feira (19/12), logo após a última sessão do ano no Supremo, o ministro Marco Aurélio determinou que a votação para os cargos da Mesa Diretora do Senado fosse aberta. Ele atendeu ao pedido do senador Lasier Martins (PSD-RS), que pediu a eleição em votação aberta. ;Recebi a notícia do deferimento da liminar com grande satisfação. A Constituição foi respeitada e a vontade do povo, atendida. A transparência venceu a velha política;, disse Lasier, quando soube da decisão. A manobra seria para deixar Renan menos competitivo, frente aos demais pré-candidatos à cadeira.