Na noite desta terça-feira (18/12), o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) fez uma transmissão ao vivo no Facebook, segundo ele, para esclarecer os acontecimentos dos últimos dias. Como um resumo semanal, Bolsonaro criticou a imprensa e reforçou os discursos de campanha no âmbito da imigração e da demarcação de terras indígenas.
Nos primeiros minutos do vídeo, Bolsonaro cita a reportagem do jornal Folha de S. Paulo. A publicação relata sobre a suposta solicitação da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para a retirada de obras de arte sacra do Alvorada. O motivo seria a religião dela, que segue a fé protestante. "Na minha casa tem uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, e a minha esposa não falou absolutamente nada. Eu sou católico, ela é evangélica e nos respeitamos. Assim que tem que ser", afirmou o presidente eleito. Para ele, "esse tipo de jornalismo não é produtivo, não é bom para o Brasil".
Na sequência, o capitão da reserva lamentou a assinatura do Brasil, representado pelo atual chanceler, Aloysio Nunes (PSDB), no pacto de imigração da ONU. Como justificativa, Bolsonaro cita a França que, segundo ele, vive um "caos imigratório", devido as políticas mais brandas sobre o assunto. Assim que assumir, juntamente ao futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o futuro presidente diz que vai revogar acordos como esse. "Nós não queremos isso para o Brasil. Não somos contra imigrantes, mas para entrar no brasil precisa de critérios bem rigorosos", declarou.
Sobre a posse presidencial do dia 1; de janeiro, Bolsonaro afirmou que mais de 500 mil pessoas são esperadas e que vêm recebendo muitas solicitações de convites para espaços mais reservados, como a posse dos ministros. "Lamento, não tenho como atender a muita gente. Não tenho como fazer todo mundo comparecer nesses locais mais reservado", desculpou-se. O presidente eleito aproveitou, ainda, para reforçar que não convidou os chefes de Estado de Cuba e de Venezuela, e que fará tudo o que puder dentro da democracia contra esses dois países.
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Outro assunto tratado foi a permanência e a extradição do ex-ativista Cesare Batistti. Sobre isso, Bolsonaro elogiou a atuação de Michel Temer que, depois da cassação da liminar pelo Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a extradição do italiano. Ele destacou que Batistti assassinou quatro pessoas nos anos 1970 e que, depois de passar pela França, conseguiu asilo no Brasil.
Por fim, Bolsonaro se pronunciou sobre a extinção da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. "O índio quer se integrar à sociedade. Quer ir ao médico, dentista, jogar bola, tomar banho com sabonete, que não tem. É um ser humano igual a todos nós", disse. Ele ainda afirmou que os indígenas brasileiros estão "na idade da pedra" e que, talvez, um dia o STF permita uma exploração consciente dessas reservas protegidas por lei.
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli