Embora ainda faltem dez dias para o recesso, parlamentares que não se reelegeram em outubro aproveitaram o que deve ser a última sessão do ano na Câmara para se despedirem do cargo. Entre eles, alguns que acumulam quase 30 anos de mandato parlamentar, como o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). O tucano derrubou lágrimas ao discursar no plenário aos colegas nesta quarta-feira (12/12).
"Venho a essa tribuna com o sentimento de missão cumprida", disse Hauly. Eleito em 1991, "quando o Brasil tinha 150 milhões de brasileiros", o deputado participou de episódios importantes na história do País, como os impeachments de Fernando Collor e de Dilma Rousseff.
Visivelmente emocionado, passou seus últimos dias no Congresso tentando aprovar a reforma tributária, seu projeto "dos olhos", em comissões da Casa. Conseguiu na véspera. "Espero ter deixado amigos e amigas. Se alguma inimizade ficou, por alguma ofensa, peço desculpas e perdão", seguiu. Foi aplaudido pelos colegas e não conseguiu segurar as lágrimas. "Eu disse que não ia chorar", brincou.
As despedidas não se restringiram a apenas um campo político. Decano da oposição na Câmara, Chico Alencar (PSOL-RJ), deputado há 15 anos, também usou a tribuna para agradecer aos colegas, incluindo os adversários.
Com a voz embargada em alguns momentos, Alencar, que é um dos fundadores do PSOL, disse que travou boas batalhas no plenário, destacando que acumulou "muito mais derrotas do que vitórias". Foi aplaudido longamente pelo plenário. Na sequência, deputados discursaram o elogiando.
A "trajetória de luta" também foi tema do discurso do deputado Arnaldo Faria de Sá (PP-SP), que deixará a Câmara após 32 anos. Lembrou sua defensa pela Previdência, aposentados e idosos. Em seguida, pediu para que os que ficaram que continue sua luta. Foi aplaudido e chamado de "referência" pelos colegas.
A Câmara realizou nesta quarta-feira, 12, praticamente seu último dia de trabalho no plenário. O recesso parlamentar começa oficialmente dia 23. Porém, os deputados eleitos precisam se diplomar nos Estados até o prazo final que é dia 19 de dezembro, por isso, não deve haver quórum em Brasília na próxima semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.