O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou uma movimentação considerada atípica, no valor de R$ 1,2 milhão, em uma conta no nome de um ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro. A informação foi dada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O ex-assessor é Fabrício José Carlos de Queiroz, que, além de ser policial militar, trabalhou como motorista e segurança de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até 15 de outubro deste ano.
Segundo o jornal, o relatório, enviado ao Ministério Público Federal, aponta que as movimentações acima de R$ 1 milhão, realizadas entre janeiro de 2016 e janeiro do ano seguinte, seriam incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica e a ocupação profissional de Queiroz. Segundo a folha de pagamento da Alerj, Queiroz recebia R$ 8.517. Ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.
Cheque de R$ 24 mil
A reportagem destaca que, entre essas movimentações, há saques em dinheiro de R$ 320 mil e a emissão de um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O documento foi enviado ao MPF e anexado à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada em novembro, na qual 10 deputados estaduais da Alerj foram presos. De acordo com o jornal, Queiroz foi citado na investigação porque o Coaf mapeou, a pedido dos procuradores da República, todos os funcionários e ex-servidores da Alerj citados em comunicados sobre transações financeiras suspeitas, o que totaliza 22 nomes.
Nas redes sociais, Flávio Bolsonaro disse que Fabrício Queiroz trabalhou por mais de dez anos junto a ele, e sempre foi de confiança. "Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta. Em outubro foi exonerado, a pedido, para tratar de sua passagem para a inatividade. Tenho certeza de que ele dará todos os esclarecimentos", escreveu no Twitter. Ao Estado de S. Paulo, Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro não se manifestaram.
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