O documento tem 151 páginas e estava sob sigilo, que foi levantado nesse sábado pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foi ele quem autorizou a prisão de Pezão.
Segundo trecho da peça, "foram identificadas anotações com datas e valores que fazem referências a pagamentos realizados a ;PÉ;, ;PZÃO;, ;PEZÃO;, ;BIG FOOT; e ;PEZZONE;. No total são 25 ocorrências, cuja maioria revela transferência de grandes vantagens indevidas para o governador PEZÃO. O montante ultrapassa R$ 2,2 milhões. Foi possível identificar pagamentos realizados entre os anos de 2012 a 2014".
Em outro trecho da petição, a procuradora Raquel Dodge transcreve uma conversa telefônica em que Luiz Fernando Pezão considera ajudar Sergio Cabral. A conversa aconteceu em julho, logo após Cabral se desentender com procuradores que faziam uma inspeção em Bangu 8 e, por conta disso, ter sido encaminhado para outra cela. Na conversa, Pezão se compromete a "entrar no circuito".
Segundo a peça assinada por Raquel Dodge, a conversa telefônica mostraria que "as atuais ligações de Pezão com a organização criminosa segue ativa ainda hoje" e que o governador "desfruta de vínculos com o condenado e associado Sergio Cabral".
Preso na quinta-feira (29/11), Pezão está detido na Unidade Prisional da Polícia Militar, no Fonseca, em Niterói. Ele está em uma cela especial por prerrogativa de cargo, mas segundo a PM sua rotina é igual à dos demais presos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do governador do Rio.