Na primeira entrevista após ser anunciado futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS) disse nesta quarta-feira, 28, que o novo governo vai cumprir a promessa de campanha de Jair Bolsonaro e o 13º para o Bolsa Família será pago. O Ministério vai reunir as pastas do Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura, além de parte do acolhimento a dependentes da Secretaria de Drogas.
Ele avisou que serão feitos novos pentes-finos nos programas sociais, de forma a reduzir ainda mais irregularidades que ainda possam existir e liberar recursos para o pagamento de mais benefícios a quem realmente precisa.
O novo ministro, que é deputado pelo MDB, informou que seu nome foi escolhido a partir de "um movimento das frentes parlamentares da assistência social, das pessoas com doenças raras, da primeira infância, dos deficientes, dos idosos". E emendou: "juntaram todas as frentes que têm a ver com essa área e deram respaldo ao meu nome".
O ministério estava sendo reivindicado pela bancada evangélica e, ainda, o senador derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES). Este último está, até agora, sem lugar no governo Bolsonaro. Com a escolha de Terra para a Cidadania, Bolsonaro reforça o discurso de compor os ministérios com indicação de bancadas e não de partidos.
Terra assegurou que "todos os programas (sociais) vão continuar, agora com a possibilidade de ampliar e avançar em algumas áreas". Disse ainda que o programa Criança Feliz, que tem como patrona a atual primeira-dama, Marcela Temer, também será mantido e ampliado. "O bolsa família vai ser um programa que vai estimular muito a questão de geração de emprego e renda, por orientação do presidente, principalmente para os jovens", comentou ele, acrescentando que a ideia é integrar o bolsa família com outros programas da área de esportes, que foi absorvida pela nova pasta.
"Vamos trabalhar bastante mas focado sempre na população mais vulnerável, mais pobre, que são os usuários do bolsa família e toda população que está no cadastro único, que é metade da população brasileira", declarou. Osmar Terra ressaltou, no entanto, que "o maior programa de combate à pobreza é a geração de emprego e renda". "A maior vitória de um programa é a diminuição das pessoas que precisam daquele programa, que é no que vamos procurar trabalhar", completou.
O novo ministro da Cidadania lembrou que, no período em que esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Social do governo Temer, iniciou um pente-fino no cadastro dos programas sociais do governo e garantiu que isso vai continuar. "Já fizemos isso nos últimos anos. Vamos agora desenvolver com mais força. Tiramos os que não precisavam: foram cinco milhões de famílias que saíram do programa em dois anos e entraram aqueles que precisavam. Então, pela primeira vez na história do bolsa família desde 2003, se terminou com a fila. Faz um ano que não tem mais fila", afirmou.
Sobre a participação da futura primeira-dama Michele Bolsonaro, o futuro ministro disse que "ela é envolvida com área social e já tem trabalho importante na área de crianças com deficiência auditiva". E emendou: "ela com certeza vai ajudar".
O ministro disse ainda que os titulares das futuras secretarias dos Esportes e da Cultura ainda não foram escolhidos. Evitou ainda comentar sobre a lei Rouanet, justificando que ainda vai estudar esta questão. Em relação às atuais pastas das Mulheres e dos Direitos Humanos, Osmar Terra informou que elas serão abrigadas em outros ministérios.