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Na semana passada, o
Correio apurou com interlocutores do Itamaraty e do Planalto que
há possibilidade, sim, de Temer ser convidado para assumir uma embaixada. A mais cotada seria a representação na Itália. O Planalto negou e o MRE informou que "a decisão será do próximo presidente da República". Pessoas próximas a Temer responderam ao jornal que, entre os motivos para a recusa, estaria o fato de o cargo estar diretamente subordinado ao presidente Bolsonaro.
Embora o presidente Michel Temer esteja com processos tramitando em tribunais superiores, denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele foram engavetadas pelo Congresso. O presidente, entretanto, responde por denúncias de organização criminosa e obstrução de Justiça, no caso envolvendo Joesley Batista. Além disso, é citado em delações e foi chamado a testemunhar em processo que analisa os desvios de verba na Petrobras.
Os processo envolvendo Temer voltam a tramitar assim que ele deixar o governo, em janeiro. Isso ocorre porque o presidente perderá o foro privilegiado. A menos que assuma outro cargo público, como, por exemplo, uma embaixada brasileira. Fontes próximas a el, porém, disseram que o presidente não vê vantagem no foro privilegiado, pois acha que o STF tem sido excessivamente duro com ele
Aloysio Nunes
Atual chanceler, Aloysio Nunes não tem processos na Justiça, portanto, corresponde ao perfil desejado pelo presidente eleito. No MRE, comenta-se que o nome dele foi "colocado à mesa". A pasta não havia respondido aos questionamentos do Correio até a última atualização desta matéria.
Em agosto, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) registrou dois votos a favor do arquivamento do inquérito aberto para investigar o senador licenciado. Nunes foi citado por delatores ligados à Odebrecht e uma investigação foi aberta a pedido da PGR durante o ano passado.