O pacote de Moro foi inspirado no livro Novas medidas contra a corrupção, da Fundação Getulio Vargas (FGV), dividido em 12 áreas de atuação, com a proposta de 70 iniciativas. Uma das principais é o fato de haver propostas de caráter preventivo. Outra, segundo um dos parlamentares que participa da frente, é a volta de um assunto polêmico: a prisão a partir de condenação em segunda instância. O mecanismo foi usado para pôr na cadeia empresários e políticos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). ;Esse é o tema mais explosivo, com certeza, mas terá de ser analisado pelo Ministério da Justiça;, detalha um aliado do juiz.
O Supremo Tribunal Federal (STF) discutiu o tema em 2016. Sabendo que alguns ministros mudaram de opinião, advogados de Lula tentaram retomar o tema na Corte, sem sucesso. Uma mudança na jurisprudência poderia ser prejudicial à Lava-Jato, segundo procuradores da força-tarefa. Como Moro disse que aceitou o cargo de ministro para evitar retrocessos na operação, o assunto deve ser retomado na gestão dele. Parlamentares que apoiam Moro pretendem manter contato com a coordenação da Lava-Jato em Curitiba.