A decisão do juiz Sérgio Moro de aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para comandar o Ministério da Justiça continua a ser destaque na imprensa internacional.
O Financial Times define Moro como o "juiz que preside a investigação do maior escândalo de corrupção" do país e traz declarações de analistas que destacam o movimento como positivo à medida que sugere a continuidade do combate a corrupção, mas negativo porque seria visto como "evidência de que a Lava-Jato foi uma caça às bruxas", dado que Moro foi o responsável por prender o maior adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
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A relação entre Moro e Lula, aliás, foi destacada pela maior parte das publicações. O norte-americano The New York Times nem usa o nome de Moro, definindo-o como "o juiz que condenou Lula" e afirmando que ele terá um lugar no ministeriado de Bolsonaro. O espanhol El País e o britânico The Guardian adotaram postura semelhante. O primeiro diz que "o juiz que encarcerou Lula da Silva aceita ser ministro da Justiça de Bolsonaro", enquanto o segundo chama Moro de "juiz que ajudou a levar Lula para a cadeia".
O francês Le Monde dedica a parte mais nobre da home de seu portal para falar do ministeriado do presidente eleito. Moro está na foto em destaque. Sobre ele especificamente, há uma reportagem questionando as "ambiguidades" dele com a "extrema direita". O argentino Clarín, por sua vez, apresenta o novo ministro como "o juiz da Lava-Jato" e relembra seu histórico de combate à corrupção.
Já a BBC traça um breve perfil de Moro, afirmando que "sua cruzada contra a corrupção o fez um herói para muitos, mas outros o acusam de perseguir políticos de esquerda, especialmente os do Partido dos Trabalhadores (PT)".
Com informações da Agência Estado