O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB) foi interrogado nesta quarta-feira, 31, pelo juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. O ex-deputado e a ex-prefeita de Rio Bonito (RJ) Solange Pereira de Almeida são acusados por crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro em contratos de fornecimento dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. Esta pode ter sido uma das últimas audiências sob presidência de Moro, cotado para assumir o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro.
"Ela é falsa", disse Eduardo Cunha sobre a acusação.
Neste processo, o emedebista havia sido denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot porque, na época, o emedebista ainda exercia o mandato de deputado e desfrutava do privilégio do foro especial.
A denúncia foi recebida em 3 de março de 2016 pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Eduardo Cunha foi cassado e o processo foi declinado para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região por causa do mandato de Solange Almeida, então prefeita de Rio Bonito. Quando a gestão de Solange se encerrou, a ação penal foi enviada a Moro.
Cunha já foi condenado por Moro em outro processo da Lava Jato. O ex-presidente da Câmara pegou 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem e evasão fraudulenta de divisas. O peemedebista foi acusado de pegar US$ 1,5 milhão em propinas na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.
Em novembro do ano passado, Eduardo Cunha teve a condenação mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, que, no entanto reduziu a pena para 14 anos e 6 meses de reclusão.