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Witzel diz que quer rever o regime de recuperação fiscal do Rio

No primeiro pronunciamento depois de eleito governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) disse que vai trabalhar para rever junto ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) o regime de recuperação fiscal a que o Estado está submetido desde o ano passado, na esteira da crise financeira dos últimos anos. Quanto à intervenção federal na segurança, que termina no dia 31 de dezembro, ele afirmou que não irá pedir sua extensão ao governo federal, mas vai buscar novas formas de cooperação para o setor. "O regime foi uma proposta ruim, do meu ponto de vista. Exige aumento de impostos, demissão de servidores e outras medidas cujas metas são difíceis de serem cumpridas. Além de a Cedae (companhia de distribuição de água) estar como garantia. Vamos buscar rever as dívidas que foram realizadas nesses últimos anos e que precisam de auditoria", afirmou Witzel, que foi ex-juiz federal por 17 anos e se elegeu com 60% dos votos válidos. Sobre sua falta de experiência em gestão pública, disse que não deve cargos a partidos, e que seu "compromisso é com o povo": "Como juiz, dei decisões difíceis, que podiam impactar o Estado todo, e até no Brasil. Governar o Estado exige que você esteja disposto a tomar decisões, e estou acostumado a isso. Estudei muito para poder disputar a eleição. A grande vantagem é que o único compromisso que tenho é com o povo que me elegeu, não com partidos nem com políticos. Terei um secretariado técnico, com pessoas capacitadas." Witzel deu entrevista após o anúncio de sua eleição num hotel na Barra da Tijuca, zona oeste da capital, ao lado da mulher, Helena, de dois dos filhos e do vice, Claudio Castro. Com ele também estava o deputado eleito Rodrigo Amorim (PSL), que gerou controvérsia na campanha ao quebrar uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL). Witzel afirmou que o Rio irá voltar a crescer e que irá governar para todos os fluminenses. Para que a economia cresça, apontou, é preciso abrir a economia para investimentos estrangeiros. "Daqui a quatro anos o Rio será manchete pela melhoria de todos os índices. O Rio vai voltar a crescer com vigor, vai ter educação de primeiro mundo, saúde também. Sem corrupção já vai ajudar muito. A Secretaria de Fazenda e Planejamento é o nome com que estou mais preocupado, para desenvolver as ideias que tenho da abertura da economia para investimentos estrangeiros." Quando perguntado sobre quais seriam as primeiras medidas após a posse, disse que ainda fará um diagnóstico do Estado, já que faltaram informações até aqui. Ele não quis adiantar nomes do futuro secretariado - isso só deverá ser divulgado mês que vem. Na área da segurança, declarou que não pedirá a extensão da intervenção, mas sim a permanência de militares de outras formas. "Precisamos ter integração na área da segurança pública (com governo federal). Quero conversar com o presidente (Jair) Bolsonaro. O Exército tem hoje nas ruas mais de mil homens ajudando no patrulhamento. Seja através do decreto da Garantia da Lei e da Ordem ou numa espécie de convênio, as Forças Armadas podem continuar nos apoiando". Ele quer a inclusão dos militares no Conselho de Segurança Pública do Estado, junto às polícias do Rio e federais.