Com o atual governador, Robinson Faria (PSD), fora do segundo turno, a população do Rio Grande do Norte elegeu a senadora Fátima Bezerra (PT) por 57,46% a 42,54%. Com o total de 932.209 dos votos válidos, Fátima é a única mulher a se tornar governadora nas eleições deste ano e passou à frente do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), que recebeu 690.139 de votos.
Com a derrota dos senadores Garibaldi Alves (MDB) e de Agripino Maia (DEM) na disputa pelas vagas do Senado e na Câmara, os clãs Alves e Maia, que dominam a política no Estado há 60 anos, estavam apostando todas as fichas em Carlos Eduardo. Ex-prefeito de Natal por quatro mandatos, o pedetista contrariou a orientação de seu partido e declarou apoio a Bolsonaro, o que propiciou um leve crescimento do candidato nas pesquisas eleitorais. Em Natal, onde o candidato está à frente da petista, Bolsonaro liderou o primeiro turno com 44% dos votos.
No entanto, com a vantagem no primeiro turno, a senadora chegou à reta final com favoritismo, principalmente no interior do estado. De acordo com o último levantamento do Ibope, Fátima aparece com 55% dos votos válidos, enquanto o Carlos Eduardo aparece com 45% das intenções de voto.
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Um dos estados mais perigosos do país, o Rio Grande do Norte viveu dias sombrios no ano passado, quando o massacre no presídio de Alcaçuz, localizado na região metropolitana do estado, deixou 26 pessoas mortas. O acontecimento acabou manchando a gestão de Robinson Faria, que não conseguiu se reeleger. O mandato do atual governador foi alvo também de operações da Polícia Federal e enfrentou diversas crises como greve da polícia e atraso no pagamento de servidores.
Deputada estadual por duas vezes e federal por três mandatos, Fátima Bezerra tem a oportunidade de mudar o quadro e derrotar coligações políticas que há décadas dominam o estado.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli