"Acho que não (chance de Bolsonaro perder). Vi em grupos que alguns amigos que iam votar nulo, porque não queriam votar no Jair, ontem, quando a pesquisa apareceu com diferença menor, migraram novamente de nulo para o Jair. Então, acho que no caso da eleição presidencial, a diferença vai ser igual ou até maior do que as pesquisas mostraram ontem", declarou.
Ele confia também na vitória de Eduardo Paes (DEM-RJ) no Rio, pelo mesmo motivo que vota em Bolsonaro: a questão econômica do País. Segundo Maia, apenas os dois candidatos tem condição de tirar o Brasil e o Estado do Rio de Janeiro da situação caótica em que se encontram, tanto do ponto de vista econômico como de segurança.
"Eu defendo que o Congresso compreenda o resultado das urnas e comece a trabalhar na próxima semana. O Brasil precisa das reformas, diminuir o tamanho do estado. Mesmo aqueles que lutam contra, precisam entender que nem para pagar os seus salários haverá dinheiro. Se nós não reformarmos, o Brasil vai acabar caminhando para uma moratória, como na década de 80", avaliou.
Maia disse que vai esperar o resultado das urnas para saber qual será prioridade do próximo governo em relação ao Congresso, mas que pretende reiniciar o debate sobre o projeto que visa modificar o Estatuto do Desarmamento, que foi sancionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. Pelo projeto, segundo Maia, a Polícia Federal deixaria de ter o poder de dar a última palavra sobre a concessão do porte de arma, como ocorre hoje.
"Estamos negociando, precisamos ter muito cuidado, é um tema que foi colocado na eleição e foi vitorioso, a sociedade tem esse tema, principalmente no campo. Acho que a proposta da bancada da segurança pública em relação à questão urbana está muito bem colocada, restringe o acesso a arma, só que tira da Policia Federal o poder discricionário. Acho que não é uma coisa polêmica, se bem explicada", afirmou.
"Eu não estou propondo armar, proponho ao contrário, restringir o poder do estado. No Rio de Janeiro você recebe uma arma e em São Paulo não. Acho que tem que ser igual para todos", completou.
Segundo Maia, o caso do porte rural é mais polêmico e precisa "ser estudado com carinho", mas lembrou que o campo votou maciçamente no deputado Jair Bolsonaro, e por isso entende que é a sociedade que quer discutir o tema.
Já incorporando outra bandeira de Bolsonaro, a agricultura, Maia destacou que é preciso um gestor na presidência do Brasil que resolva o problema do Orçamento, ressaltando que não é possível ter um orçamento primário de R$ 1,3 trilhão e apenas R$ 30 bilhões para investimentos, "quando há uma necessidade logística para escoar a agroindústria de investimentos de R$ 1 trilhão" , afirmou.
Semana passada Maia esteve no mesmo hotel no Rio que agricultores se reuniram para visitar o candidato Jair Bolsonaro. Na ocasião, segundo fontes, os representantes de um terço do PIB do Brasil cobraram de Maia a defesa da categoria, e reclamaram que o deputado não sabia dos problemas do setor.