Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) solicitaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que abra inquérito para investigar um homem que se apresenta como coronel do Exército, e defendeu, em vídeo, o fechamento Supremo e ameaçou a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber.
Durante sessão da Segunda Turma, na tarde desta terça-feira (23/10), o decano da Corte, ministro Celso de Mello, fez duras críticas a um vídeo publicado na internet pelo suposto militar que se identifica como coronel Carlos Alves. ;É um discurso imundo, sórdido e repugnante do agente que ofendeu a honra da ministra Rosa Weber. O discurso imundo e sórdido exteriorizou-se mediante linguagem profundamente desqualificada, com palavras grosseira e boçais, prova de quem possui reduzidíssimo e tosco universo vocabular, indignas de quem se diz ser oficial das Forças Armadas, instituição permanente do Estado brasileiro", disse o ministro.
No vídeo, publicado no site "YouTube", o coronel Carlos Alves fala em uso de poder militar para fechar o STF. Ele faz ameaças, caso o TSE aceite a denúncia que foi apresentada contra o deputado Jair Bolsonaro, concorrente do PSL à Presidência, acusado de receber o apoio de empresários para contratar pacotes de disparos em massa de mensagens no aplicativo WhatsApp. "Se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos derrubar vocês ai sim. Por que ai, acabou. Lembre-se bem, povo brasileiro, que em 64 foi exatamente por causa dessa corja da esquerda que o povo pediu e as Forças Armadas e o Congresso Nacional entraram em ação", disse Alves.
Na gravação, que foi ao ar na sexta-feira (20/10), o militar da reserva chama a Suprema Corte de um "Supremo Tribunal de canalhas, de corruptos, de vagabundos" e o diz que o "TSE e um "tribunal porcalhão". Nas imagens, o homem aparece de cavanhaque, o que foge dos padrões utilizados nas Forças Armadas, indicando que se trata de um militar da reserva.
O ministro Gilmar afirmou que é importante que o caso seja investigado, e disse que atualmente existe na internet "uma onda de milicianos" criticando as instituições e colocando em dúvida as eleições. "Não é possível que esse tipo de vilipêndio não tenha cobrança em todas as esferas", disse o magistrado.
Procurador pela reportagem, o Exército Brasileiro ainda não se pronunciou sobre o assunto.