O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, acusou, nesta terça-feira (23/10), o general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro (PSL), de ter cometido torturas durante a ditadura militar. Ele se referiu a uma afirmação feita pelo compositor Geraldo Azevedo num show na Bahia no último fim de semana criticando Bolsonaro e o vice. O artista pernambucano contou no palco que foi preso duas vezes durante a regime ditatorial, e que Mourão "era um dos torturadores".
"Bolsonaro nunca teve nenhuma importância no Exército. Mas o Mourão foi, ele próprio, torturador. O Geraldo Azevedo falou isso. Ver um ditador como eminência parda de uma figura como Bolsonaro deveria causar temor em todos os brasileiros minimamente comprometido com o Estado Democrático de Direito", disse Haddad em sabatina promovida pelos jornais O Globo e Valor Econômico e a revista Época.
Quando perguntado sobre o emprego da palavra "fascista" para classificar o oponente, Haddad reiterou o que tem dito. "Ele tem como vice um torturador. Tem como ídolo um torturador, que é (o general Brilhante) Ustra. Para mim, isso é fascismo. Se vocês quiserem dar outro nome pra adocicar o Bolsonaro... Estamos diante de um bárbaro, que não respeita ninguém há 30 anos. É o pior dos porões".
Ao comentar a suposta compra de pacotes de envios de mensagens via WhatsApp para beneficiar Bolsonaro, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, ele fez um mea-culpa: "Cometemos um erro estratégico porque não supomos que iam usar WhatsApp para financiar campanha. A gente imaginava que as redes sociais teriam papel de impulsionamento, mas o que aconteceu no primeiro turno e pode acontecer agora não tem nada a ver. Estão driblando o velho caixa dois e criando um novo caixa dois. É o empresário pagar do próprio bolso para fazer emissão em massa de mensagens. Não imaginávamos", disse o ex-prefeito.