O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, cobrou uma reação das instituições contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), seu adversário no segundo turno da corrida ao Planalto. O petista classificou o adversário como uma "pessoa perigosa" e disse que há um risco "físico" para a oposição, se Bolsonaro for eleito.
Em visita a uma cooperativa de catadores em Pinheiros, na zona Sul da capital paulista, o petista criticou a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, que no domingo, 21, disse não haver um "milagre" para combater a disseminação de notícias falsas na eleição.
"Não é um milagre", rebateu Haddad, dizendo que o TSE precisaria ter autorizado busca e apreensão em empresas acusadas de bancar o disparo de mensagens contra o PT nas redes sociais. "Ela (Rosa Weber) talvez não tenha a compreensão do que é a tecnologia. O TSE é analógico demais para enfrentar essa situação. Se ela conhecesse a tecnologia, ela saberia que com a apreensão dos computadores nós chegaríamos aos autores dos disparos."
Ele ainda atacou a presença do ministro do Gabinete da Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, na coletiva que o TSE realizou no domingo. Para Haddad, o general representa uma "ameaça tutelar" das Forças Armadas à Justiça Eleitoral. "O que ele foi fazer lá? Falar que fake news não teve influência no voto no primeiro turno, quem é ele para dizer isso?"
O candidato disse que sua campanha entrará com medidas judiciais contra as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro e outras atitudes atribuídas ao presidenciável do PSL. O filho de Jair Bolsonaro disse em julho que para fechar com o Supremo "basta um soldado e um cabo".
Após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dizer que a declaração "cheira à fascismo", Haddad falou que vai ligar ainda nesta terça para o tucano. Até agora, o petista não conseguiu o apoio explícito de FHC no segundo turno.