A 11 dias do segundo turno das eleições, as campanhas de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) apresentaram na noite desta quarta-feira, 17, sugestões à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, para acalmar os ânimos nas ruas e evitar o excesso de judicialização em torno das propagandas veiculadas no horário eleitoral.
Em cerca de duas horas de reunião, o PT pediu a Weber que antecipe o pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão - que está previsto para a véspera do segundo turno - e envie uma mensagem de serenidade aos eleitores, ressaltando a confiabilidade das urnas eletrônicas e pedindo que o segundo turno "seja uma eleição de paz".
"Em nome da Justiça Eleitoral, pelo bom senso, não é possível tanta agressividade numa campanha", disse Emídio de Souza, um dos coordenadores da campanha de Haddad.
"O que ameaça esta eleição não é a urna eletrônica, é a disseminação de notícias falsas no submundo da internet. Há uma fábrica de fake news, isso não é espontâneo. Isso é em escala industrial, é preciso descobrir onde é essa fábrica e punir exemplarmente quem dissemina mentiras com ela", completou Emídio.
A campanha de Bolsonaro, por sua vez, propôs à presidente do TSE que seja criada uma espécie de "câmara de conciliação" envolvendo as duas campanhas e os três ministros do TSE que cuidam de questões de propaganda: Carlos Horbach, Sérgio Banhos e Luís Felipe Salomão.
A ideia dos advogados de Bolsonaro é a de que, caso alguma campanha questione algum ponto da publicidade do adversário, isso possa ser discutido entre as duas candidaturas e se chegue a um acordo, antes de se entrar com uma representação no TSE.
"Vamos submeter (as propostas) às lideranças políticas", avisou o advogado Tiago Ayres, que atua para a campanha de Bolsonaro. O PSL não enviou nenhum representante para a reunião no TSE.
Os advogados eleitorais de Bolsonaro e de Haddad informaram à imprensa que a ministra Rosa Weber pediu serenidade dos dois lados e que ela ficou de estudar as propostas.
A presidente do TSE não conversou com jornalistas depois da reunião, que também contou com a presença dos ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.