A Polícia Federal indiciou, nesta segunda-feira (15/10) o empresário Abílio Diniz pelos crimes por crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e estelionato. O ex-diretor-presidente da BRF, Pedro de Faria também foi indiciado, por crime contra a saúde pública.
Além deles, outras 42 duas pessoas também foram apontadas como envolvidas nas práticas criminosas investigadas pela Operação Trapaça, desdobramento da Carne Fraca. O inquérito, conduzido pelo delegado Mauricio Moscardi, investiga fraudes na BRF. As diligências foram realizadas principalmente com base em mensagens de e-mails e "WhatsApp" trocadas pelos suspeitos.
Com base nos dados, o delegado Maurício destacou que ;concluiu-se que a prática das condutas delitivas não se restringia ao círculo das equipes técnica e gerencial das fábricas da BRF;. Ele destaca que os dirigentes da empresa de carnes sabiam e participavam do esquema criminoso. ;Há, de fato, a participação do corpo diretivo da empresa na trama investigada, o qual tinha ciência de seu modus operandi, e que, não somente se omitiu em relação a fazer cessá-lo, mas, também, participou comissivamente dos atos de ocultação das fraudes, norteando sua execução;, apontou o delegado.
As investigações começaram após uma companhia chinesa encontrar produto tóxico na carne de frango vendida pela BRF. ;Destaca-se a participação ativa, em caso envolvendo a detecção de resíduo tóxico em carne de frango pelas autoridades chinesas (Dioxina), de Pedro de Andrade Faria (à época Diretor-presidente Global do Grupo BRF), Abílio dos Santos Diniz (à época Presidente do Conselho da BRF) e José Carlos Reis de Magalhães Neto, sócio da Tarpon Investimentos (empresa detentora de ;aproximadamente; 7% do capital aberto do Grupo BRF, segundo informações prestadas por Pedro Faria em sede policial).;
De acordo com a PF, ao saber da contaminação por produto nocivo a saúde humana, Abílio e os dirigentes da BRF tentaram abafar a informação que estava sendo publicada na imprensa. Em vez de corrigir o problema, os envolvidos lamentaram o vazamento da notícia relacionada a carne imprópria para o consumo. O relatório que indicia o empresário e os demais acusados tem 405 páginas.