O subprocurador-geral da República, Nívio Freitas Silva Filho, reagiu ontem às declarações do general Oswaldo Ferreira, um dos assessores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), sobre a atuação do Ministério Público Federal e do Ibama em ações ligadas à área do meio ambiente.
Em entrevista publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, Ferreira, que é responsável pelo plano de governo de Bolsonaro nas áreas de infraestrutura e meio ambiente, afirmou que, quando atuou à frente da abertura da BR-163, entre o Mato Grosso e o Pará, na década de 1970, não havia MPF ou Ibama "para encher o saco".
"Eu fui tenente feliz na vida. Quando eu construí estrada, não tinha nem Ministério Público nem o Ibama. A primeira árvore que nós derrubamos (na abertura da BR-163), eu estava ali... derrubei todas as árvores que tinha à frente, sem ninguém encher o saco. Hoje, o cara, para derrubar uma árvore, vem um punhado de gente para encher o saco."
Em resposta, o subprocurador-geral disse que, "seja quem for eleito a presidente, não desviaremos um milímetro do que entendemos que é o nosso dever constitucional". "Esperamos que todas as autoridades nacionais, sejam elas quais forem, tenham isso sempre presente", disse o subprocurador-geral.
Ele afirmou ainda que o País tem evoluído quanto ao entendimento sobre a importância da preservação do meio ambiente. "Nasci em 1961. Naquela época, o que se passava para a sociedade é que desenvolvimento era derrubar floresta. Mas o processo civilizatório não é estanque. Entendo que nós marchamos para frente", afirmou Silva Filho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.