O candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, acusou seu adversário na disputa, o petista Fernando Haddad, de mudar o teor e as propostas de sua campanha para se aproximar dos planos defendidos pelo próprio Bolsonaro: "Daqui a pouco (Haddad) vai dizer que é Bolsonaro 17", disse, ironicamente. A afirmação foi feita durante discurso de 16 minutos transmitido ao vivo pelo Facebook na noite desta quinta-feira, 11.
"Ele já mudou as cores do seu partido, não tem mais vermelho, agora é verde e amarelo, um autêntico camaleão. Passou a defender a família, coisa que ele atacava lá atrás, enquanto ministro da Educação. Vocês lembram do famigerado kit gay. Apagou da sua página oficial a nota de apoio ao governo da Venezuela, defende agora a posse de armas de fogo. Daqui a pouco ele vai dizer que é Bolsonaro 17", afirmou.
O candidato do PSL também criticou a retirada de fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do site de Haddad e a decisão do candidato petista de não ir mais visitar Lula na prisão. Bolsonaro cogitou o motivo pelo qual as visitas foram suspensas: "Não sei se para amenizar e ganhar votos ou se Lula está ficando constrangido com a visita dele, dada a quantidade de mentiras e seu fracasso por ocasião das eleições", afirmou.
Bolsonaro comentou alguns itens do programa de governo de Haddad. Ao referir-se a uma proposta relativa à imprensa, o candidato afirmou: "Nossos amigos da imprensa, em especial aqueles que não gostam de mim, têm todo o direito de não gostarem de mim, mas não podem fugir da verdade". Ao dizer que o PT pretende controlar a liberdade de imprensa, comparou: "Qual a imprensa de Cuba, da Venezuela, da Coreia do Norte?"
O candidato também criticou medidas previstas pelo programa de governo do PT relativas à segurança pública, ao uso de drogas, à administração penitenciária e aos impostos, entre outros. Ao criticar a proposta de descriminalização do consumo de drogas, ele foi enfático: "Você vai no banheiro do aeroporto tem alguém da empresa aérea fumando cigarrão de maconha, aí você vai entrar no avião e ele está lá. No Uruguai, onde o presidente fez isso, só aumentou a violência".