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'Prometi a minha vice que não vou votar no PT', diz França

De acordo com o governador, seu partido, o PSB, fez uma opção nacional de apoio à chapa petista, mas liberou sua neutralidade em São Paulo

O candidato do PSB ao governo de São Paulo, Márcio França, afirmou que não apoiará o PT na disputa ao Planalto e que tal ação reflete, entre outros pontos, a promessa que fez à sua vice, coronel da Polícia Militar Eliane Nikoluk. Segundo França, Eliane disse: "só aceito ser vice se você garantir para mim que não vai votar no PT". "Na época, imaginei que o PT iria disputar com Geraldo Alckmin", disse, durante entrevista à Rádio CBN, nesta quinta-feira, 11.

De acordo com França, seu partido fez uma opção nacional de apoio à chapa petista, mas liberou sua neutralidade em São Paulo. O candidato aproveitou para cutucar seu adversário na disputa, João Doria (PSDB). "Não vou fazer um ato mentiroso e declarar apoio porque tenho que priorizar o eleitor de São Paulo". Questionado se teme a eleição de Bolsonaro, disse: "Não tenho receio de governo de ninguém. A democracia está em vigor. Temos as instituições para isso".

França disse que quer seguir na direção oposta à polarização nacional e unir os dois lados em São Paulo. "Paulo Skaf (candidato derrotado do MDB em SP) declarou apoio e voto para mim. Foi um apoio importante. Major Costa e Silva declarou apoio a mim. Major Olímpio (PSL)...", disse, apontando nomes de outras siglas e emendou: "São Paulo já se mostrou disposto a mudança. PSDB governa SP há anos. O voto foi anti à permanência desse mesmo ritmo".

O candidato sinalizou apoio do ex-governador Geraldo Alckmin e aproveitou para atacar as discórdias internas no partido de João Doria, que teria "traído" o ex-governador ao "rifar" o tucano. "Ele já tinha declarado apoio a Alckmin. Declarou apoio de mentirinha. Agora fala de Bolsonaro", disse.

"Eu não tenho dúvida que Alckmin não vota em Doria de jeito nenhum. Ele se sentiu muito magoado", disse. França negou conversas em andamento com Alckmin neste momento sobre apoio formal, mas afirmou que as posições de seu adversário não teriam "nada a ver com o PSDB".

Na ocasião, França insinuou que Doria estaria correndo dos debates e até teria negado participar do confronto na CBN. A jornalista mediadora, entretanto, negou a fala e disse que uma reunião entre a equipe dos dois candidatos está marcada para esta quinta-feira, onde vão decidir os termos do debate.

"Eu desafio ele (Doria) a vir. Não tem mais o Rodrigo (Tavares) para perguntar. Ele olha para minha cara e ele treme". Rodrigo Tavares, candidato do PRTB ao governo de SP que foi derrotado no primeiro turno, constantemente travou dobradinhas com o candidato tucano durante debates.