Quando as portas da Embaixada do Brasil na Argentina abriram, às 8h deste domingo (7/10), já havia uma pequena fila do lado de fora, de brasileiros habilitados para votar. Mas o maior número de pessoas chegou por volta das 10h. A consul geral Claudia Buzzi disse que aumentou a quantidade de eleitores brasileiros em Buenos Aires, de 5.100 em 2014 para 6.210 este ano, mas que estavam preparados para acolher os que chegarem na última hora.
%u201CA votação termina às 17h, como no Brasil. Vamos deixar entrar quem continuar na fila, do lado de fora, naquele momento. E só encerraremos quando quem estiver dentro já tiver votado%u201D, disse. Do lado de fora, canais de televisão locais entrevistavam eleitores. A imprensa local tem acompanhado com atenção as eleições no Brasil - maior sócio comercial da Argentina.
Angela Solange Carlos da Silva, do Rio Grande do Norte, vive na Argentina há 20 anos e disse ter esperança no futuro. %u201CAcho que os brasileiros aqui estão mais animados para votar. Meus parentes, no Brasil, dizem que estão desiludidos e estão indo [votar] por obrigação. Mas aqui na fila vi muita gente decidida a participar, o que é bom para a democracia%u201D, disse.
Vinicius Guevara dos Santos, brasileiro filho de argentino, divide o tempo entre os dois países. Em 2014 ele votou em Buenos Aires. %u201CAgora vejo mais gente votando aqui, o que é positivo%u201D, disse. %u201CPor outro lado, noto o Brasil muito polarizado. O ódio me preocupa%u201D.
Angela Maria da Silva vive há 25 anos na Argentina e diz que, pela primeira vez desde que saiu do Brasil, não pensa em voltar. %u201CNunca vi tanta confrontação e tantas pessoas votando por ódio ao outro e não por convicção. Não se trata de ser a favor ou contra um candidato ou um partido, acho que o mais importante agora é garantir a paz e a democracia%u201D, disse.
Muitos turistas também passaram pela embaixada, achando que podiam votar. Mas na porta receberam a explicação de que somente quem transferiu o título eleitoral do Brasil para o país de residência pode votar no exterior. E mesmo assim, só para presidente.
Dois observadores internacionais acompanharam a votação: Betina Lippenholtz, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e Carlos Vizcay, do Instituto da Democracia e Eleições (Idemoe). %u201CEstá tudo transcorrendo em ordem e rapidamente, com bastante participação, pelo que vejo%u201D, disse Vizcay, no final da manhã.