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Após votar, Fernando Henrique Cardoso evita dizer quem prefere no 2º turno

Na visão de FHC, é preciso fortalecer as instituições para que o povo possa ter vez

Depois de votar em um colégio de Higienópolis, na região central de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou a jornalistas, na manhã deste domingo, 7, que vê a democracia "enraizada" no Brasil, após ter sido questionado sobre se "se o crescimento da extrema-direita representava uma ameaça" ao sistema democrático.

"A democracia está enraizada, a imprensa é livre, o Congresso está funcionando. Há uma cultura democrática, as pessoas aprendem a mudar, votam com liberdade", declarou o tucano, que votou por volta das 8h15, pouco depois da abertura das urnas, às 8h. "O importante é não discutir o resultado. Quem ganhar ganhou, quem perder perdeu", disse.

Na visão de FHC, é preciso fortalecer as instituições para que o povo possa ter vez. "Se não há instituições, não tem povo, quem mande, aí é caudilho, e isso eu não gosto", disse.

De calça jeans e moletom azul, o ex-presidente, que mora no mesmo bairro onde vota, se dirigiu ao colégio a pé, acompanhado de assessores. Ao ser notado pela imprensa enquanto chegava pela calçada, acabou sendo cercado de câmeras e prometeu que, depois de votar, falaria com os jornalistas.

Reconhecido por eleitores, cumprimentou alguns deles e chegou até a tirar foto com uma mesária. Ao deixar a urna, caminhou até o pátio da escola e passou a responder às perguntas da imprensa.

Disse que votou para presidente no colega de partido Geraldo Alckmin, afirmou que haverá segundo turno e acrescentou que espera que o ex-governador de São Paulo esteja lá. No entanto, evitou responder em quem votaria em eventual segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que lideram as pesquisas. "Você acha que eu nasci ontem para dizer agora em quem vou votar no segundo turno?", disse o ex-presidente, que afirmou ser "invenção" o rumor de que ele teria preferência por Haddad.

O ex-presidente admitiu, porém, que tem preocupações com uma disputa entre Bolsonaro e Haddad, em relação à capacidade de governar de ambos. "O País está dividido. Quem ganhar tem de explicar ao povo o que vai fazer, porque o sistema público financeiro está caótico e a dívida pública não para de crescer. Pode prometer o que quiser que não tem dinheiro", afirmou. "Em um cenário dividido, tem de explicar ao povo para ter apoio, e sem apoio do povo o Congresso dá as cartas", disse.